Após algumas semanas, o líder do grupo decidiu visitá-lo. Era uma noite muito fria. Encontrou-o em casa sozinho, sentado diante de um brilhante foto.
Supondo a razão da visita, o homem saudou-o e conduziu a uma cadeira da lareira, onde fumava seu tradicional palheiro.
- Aceita um palheiro, para espantar um pouco os mosquitos?
- Aceito! – disse-lhe prontamente o visitante.
O mestre examinou as brasas e cuidadosamente apanhou um tição de lenha, acendeu o seu palheiro e deixou o tição de lado, propositalmente. A conversa continuou sobre os mais diferentes assuntos e o tempo foi passando.
O anfitrião prestou atenção a tudo, e especialmente em relação ao foto que seu amigo utilizara para acender o fumo, e que não recolocara no braseiro. O tição foi diminuindo e a chama da solitária brasa apagou de vez.
Quando o visitante quis utilizá-la novamente, percebeu que estava apagada.
- Não sabe que deixando assim, fora do braseiro, ela se apaga? – observou de pronto, com um ar de reprovação, o dono da casa.
- Sei sim! Deixei-o de propósito fora do braseiro, para mostrar ao senhor que, fora das brasas, tudo se apaga, vira cinza e não serve mais para nada. O senhor, fora da comunidade, é como este tição que se apagou. É preciso colocá-lo de volta para ficar aceso.
O líder, antes de se preparar para sair, recolheu a brasa fria e inoperante e colocou-a de volta no meio do fogo. Imediatamente começou a incandescer uma vez mais, com a luz e o calor dos carvões ardentes em torno dela.
Quando alcançou a porta para partir, o anfitrião lhe falou:
- Obrigado, tanto por sua visita quanto pelo sermão. Eu estou voltando ao convívio do grupo.
Esta história lembra o fato ocorrido com o apóstolo Tomé, após a Ressurreição de Jesus (cf. Jo 20, 24-29), quando Jesus Ressuscitado aparece aos discípulos, Tomé não estava presente no dia, havia faltado à reunião, a celebração.
Quem falta aos encontros, reuniões, celebrações de seu grupo, da sua comunidade, acabam perdendo a fé. A pessoa fica descrente, começa a duvidar de tudo, vai se esfriando e se afastando da comunidade.
A pessoa que se isola, numa comunidade, e não participa das ações solidárias, não coloca a serviço dos outros os dons que possui.
Cada um tem algo a dar e algo a receber. No grupo há um crescimento global das potencialidades humanas.
Fonte: Do Livro - Fontes de Inspiração, Pe. Adalibio Barth
Nenhum comentário:
Postar um comentário