Histórico

A Paróquia Santo André, foi desmembrada da Paróquia Nossa Senhora Imaculada Conceição, fundada em 20 de junho de 1971, tem como padroeiro o Apóstolo André, santo que a Igreja celebra sua memória no dia 30 de novembro, data de seu martírio. No dia 30 de novembro de 2014, Dom Redovino Rizzardo elevou à qualidade de paróquia, nomeando o primeiro pároco, o Padre Otair Nicoletti. A equipe de Coordenação do Conselho Comunitário de Pastoral - CCP está formada pelas seguintes pessoas: Coordenação: Laudelino Vieira, Paulo Crippa; Assuntos Econômicos: José Zanetti, Valter Claudino; Secretaria: Marcus Henrique e Naiara Andrade.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

PRIORIDADES: CNBB LANÇA DOCUMENTO PARA JMJ 2013

Na expectativa para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que acontecerá no Rio de Janeiro de 23 a 28 de julho de 2013, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) está lançando o documento: “Caminhando para a JMJ 2013″, um subsídio direcionado aos jovens e outro aos adultos, produzido pela Comissão Episcopal para a Juventude.
Preocupada em organizar bem a Semana Missionária da JMJ – dias que antecedem a jornada mundial no Rio de Janeiro, conhecidas anteriormente como Pré-Jornadas -, que ocorrerão em todo Brasil, a CNBB apresenta nos subsídios uma série de encontros “a fim de que todos, jovens e adultos de todas as comunidades cristãs, possam aquecer o coração e acorrer ao encontro de toda juventude brasileira, descobrindo nela o Cristo que se faz jovem e proporcionando-lhe oportunidades de viver a Vida em Plenitude, anunciada no Evangelho”. (Fonte Canção Nova)

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

DICAS E SUGESTÕES: COMO ORGANIZAR UMA SEMANA MISSIONÁRIA

1. Importância das visitas
 - Jesus visitava o povo
 - Suas visitas eram marcadas pela situação concreta das pessoas
 - Eram orientadas pelo sonho da vida plena...

A importância de viver bem a SEMANA MISSIONÁRIA
* Importância dos GESTOS
* Importância dos SÍMBOLOS
* O cuidado com a LITURGIA, as CELEBRAÇÕES...
* O Sacramento da CONFISSÃO
* O Sacramento da EUCARISTIA
* O Serviço do ACONSELHAMENTO
 
2. Como devem acontecer as visitas missionárias
  A visita é uma questão de amor. Quem ama de verdade toma a iniciativa missionária e vai. Vai visitar e partilhar a alegria de sua fé. Vai viver a vida de comunhão, de fraternidade numa comunidade de irmãos.
  Visitar as famílias é continuar o projeto de Deus. É colocar o humano em contato com o divino e vice-versa, vivendo a relação de comunhão à imagem da Trindade Santa.
  A visita é sempre uma oportunidade de escutar o que os outros têm a dizer como forma de construir a verdadeira partilha (cf. Lc 24,13-33).
  A visita é sempre um ir à casa dos irmãos e irmãs em nome de Deus (cf. Mt 26,17-19) com amor, carinho e afeto. É buscar juntos uma maneira nova de ser, viver e conviver. São Paulo, pela visita de Ananias, recupera a vista e descobre um novo objetivo em sua vida (cf. At 9,10-19).
  As visitas às famílias serão realizadas com maior sucesso se forem precedidas de alguns encontros com os visitadores e com eles forem trabalhados os aspectos que as envolvem. Mas como todo o projeto das Santas Missões Populares, as visitas não poderão ser reduzidas à mera técnica. Faz-se necessário dar aos visitadores uma forte motivação bíblico-teológica. Em outras palavras, é preciso refletir com eles a espiritualidade que envolve o fato de adentrar a casa de alguém para levar-lhe a paz de Jesus. Conforme a comunidade, as visitas poderão ser precedidas, por exemplo, de um retiro espiritual. Antes da missão, a oração!

3, Objetivo das visitas
- Sondar, investigar os sinais do Espírito presentes na realidade a ser visitada;
- criar condições para que as pessoas se manifestem, revelando suas vidas e, assim, promover os valores que estão nas pessoas;
- valorizar a cultura dos diferentes grupos detectados nas visitas;
- viver, na doação de si mesmo e na gratuidade evangélica, o autêntico espírito missionário;
- conhecer a realidade das famílias e instituições;
- ouvir as necessidades e esperanças das pessoas;
- levar o Evangelho, com destaque ao serviço e à prática da misericórdia;
- colocar a serviço das pessoas o que a comunidade tem para oferecer;
- criar laços de amizade, canal de futuros engajamentos evangelizadores;
- criar clima de união entre os moradores de uma rua, prédio, quadra, vila;
- lançar as sementes de futuros grupos de reflexão, círculos bíblicos;
- descobrir novas lideranças, despertar vocações.

4. Quem deve fazer as visitas missionárias?
- Todas as pessoas (idosos, adultos, jovens e crianças) motivadas e preparadas para este ministério das visitas missionárias, mesmo que já atuem em outras pastorais ou movimentos e queiram ampliar sua ação;
- os agentes de pastoral, inclusive os padres, religiosos e religiosas que se preparam para esse ministério.

5. Qualidades essenciais dos visitadores
- Ser uma pessoa equilibrada, discreta e simpática.
- Ter uma vida cristã participativa na comunidade.
- Ter espírito de oração e doação.
- Ser pessoa estimada e otimista.
- Ter conhecimento da Doutrina Cristã e da Bíblia.
- Conhecer e amar a Igreja.
- Saber trabalhar em equipe.
- Conhecer os trabalhos e os recursos da diocese, paróquia e comunidade que poderão ser apresentados aos visitados.
- Conhecer os fundamentos bíblicos das visitas.
- Ser discreto e ter capacidade para manter a mais completa discrição sobre o que ficar sabendo nas visita.
- Ter o mínimo de perspicácia para perceber quando está ajudando e quando está se tornando inoportuno.
- Ter o carinho do “Bom Pastor”, sendo acolhedora e compreensiva.
- Saber dialogar e respeitar as diferenças.
- Saber escutar com paciência as críticas e esclarecer os possíveis mal-entendidos.
- Ouvir mais que falar.
- Ser simples e claro.
- Adaptar-se aos horários das pessoas.

6. Postura dos visitadores
- na medida do possível, entrar em todas as casas onde houver acolhimento;
- observar bem o ambiente para saber como agir;
- em caso de situações mais difíceis (doença, fome, conflitos ...), fazer o que estiver ao alcance e tentar envolver também os vizinhos, criando assim uma corrente de solidariedade;
- se encontrar casas fechadas, voltar depois ou deixar o recado com os vizinhos;
- entrar nos bares, lojas, escritórios, bancos... se houver condições, dando uma mensagem ou, pelo menos, abrir o convite para os encontros, orações, celebrações;
- entrar nas casas de pessoas de outras igrejas ou grupos religiosos, se houver condições favoráveis e acolhimento, procurando sempre evitar conflitos desnecessários;
- nunca perder de vista que os missionários/as são mensageiros da paz, da justiça e testemunhas do amor de Jesus;
- criar atitudes de diálogo, de entrosamento, de solidariedade;
- onde for possível, ler um trecho da Bíblia, entoar um canto, fazer uma oração, dar uma bênção...
- se a comunidade julgar conveniente, os visitadores poderão ter alguma identificação: camiseta, cruz, Bíblia. Não se esquecer, porém, que o que mais identifica um visitador cristão é a sua atitude.
  
7. O que e a quem devemos visitar?
- a todas as famílias e instituições como escolas, fábricas, sociedades de amigos do bairro, igrejas de outras confissões, hospitais, centros comerciais, mercados...
- de modo preferencial, a todos os que passam por momentos difíceis como os doentes, os desempregados, os enlutados, os que vivem solitários, os portadores de câncer, as pessoas que estão na prostituição, os marginalizados, os presos, os sofredores de rua...
- as famílias que estão vivendo momentos importantes como espera e o nascimento de um bebê ou celebram bodas, noivados, casa nova...

8. Momentos da Semana Missionária
I – ANTES
* Formar uma Equipe Paroquial para pensar – organizar a Semana Missionária
* Convocar os missionários e as missionárias
* Marcar e organizar um encontro preparatório de formação para os/as missionários/as
* Mapear o território onde serão realizadas as missões (visitas)
* A comunidade poderá preparar um folder, cartão, cartaz, um sinal sensível, contendo: 
- o endereço da comunidade e os horários de celebrações e outras funções comunitárias;
- uma relação de programas católicos nas rádios e TVs; uma relação de revistas e jornais católicos;
- oração pelas famílias;
- se a família manifestar-se favorável, os visitadores poderão benzer a casa e as pessoas, deixando uma lembrança.
* Planejar e organizar a Celebração de Envio
* Definir (por afinidade, sorteio) as duplas missionárias

II – DURANTE
 Sugestão para visita e bênção das casas
Cada missionário/a organize-se conforme a situação.
O importante são as atitudes. O esquema pode ser o seguinte:
- Saudação
- Partilha da vida
- Clima de oração
- Leitura da Palavra de Deus
- Oração
- Bênção da casa.

Ao ser recebido na porta, identificar-se e dizer em poucas palavras, e com bondade, o sentido da visita.
1- Se convidados a entrar, saudar os que estão na casa, um por um. Procurar gravar o nome das pessoas. Criar um clima espontâneo, aberto. Ter postura humilde, de respeito e atenção.
2- Recordação da vida com partilha de notícias pessoais, familiares, locais, nacionais, mundiais, conforme o interesse. Falar do trabalho missionário que estão fazendo; do por que e dos objetivos. Saber escutar, valorizar opiniões diferentes, visando sempre à construção de relações fraternas e transformadoras.
3- Quando possível, criar um clima de oração. Mostrar a beleza da oração e da bênção das casas. É a visita de Deus ao seu povo querido.
4- Pode-se orar da seguinte maneira: “Em nome do Pai... A graça e a Paz da Trindade Santa estejam com os que moram nesta casa”.
5- Momento de silêncio e pequena oração: “Ó Deus, Pai de todos nós, aqui estamos na casa de ... Que a nossa visita seja um sinal da Vossa presença. Ajudai-nos a ter um coração aberto, para sentir e ouvir vossa santa vontade. Por Cristo Nosso Senhor. Amém”.
6- Leitura de algum texto do Evangelho, conforme o evangelho do ano litúrgico (Mateus) ou as circunstâncias (por exemplo, lembrar alguma visita de Jesus: Lc 19,1-10; Lc 10,38-42; Mc 1,29-31; Mt 9,9-13; Jo 3,1-8). Pequeno comentário partilhado: O que está nos dizendo esse texto? Quais as luzes e apelos?
7- Oração espontânea.
8- Oração da bênção. Estender as mãos sobre os que moram na casa.

Oremos
Pai santo, abençoai os que moram nesta casa e os que aqui chegarem. Acompanhai-os quando saem de casa; que eles voltam guiados pela vossa mão. Que esta casa seja acolhedora, aberta e aconchegante. Que a vossa bênção traga paz, vida, saúde e perdão aos seus moradores. Que reine e cresça o amor entre nós, e que um dia cheguemos todos à morada eterna. Por Cristo Nosso Senhor. Amém.

10- asperge água benta nos cômodos da casa.
11- Pai-Nosso. Abraços. Pode-se fazer algum convite.

Sugestões de bênçãos
Benção da água
Senhor, nosso Deus, dignai – vos abençoar esta água, criatura vossa, que será aspergida sobre nós, para que seja um sinal da vossa graça, recordando a água do batismo. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!

Benção da casa (I)
Senhor Jesus Cristo, fazei entrar em nossa casa a felicidade sem fim, a alegria serena, a caridade benfazeja, a saúde duradoura e o amor que santifica.
Retirem – se todos os males e que a paz reine em nossos corações. Desapareça de nossa casa a discórdia, os ciúmes e a falta de amor.
Manifestai, Senhor, o poder de vosso nome e abençoai esta casa. Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém! (aspergir a casa com água benta).

Benção de casa (II)
Bendito sejais, Deus, nosso Pai, por esta casa que concedeis para habitação desta família. Que a vossa benção permaneça sobre ela e que o vosso Espírito Santo penetre os corações e as vidas de seus moradores, fazendo – os arder em amor por vós e pelo próximo. Que todas as pessoas, que por aqui passarem, encontrem o acolhimento da bondade, do amor e da paz que vem de vós. Nós vo-lo pedimos por Jesus Cristo, vosso Filho e nosso irmão, na unidade do Espírito Santo. Amém! (aspergir a casa com água benta).

Benção de pessoa enferma
Senhor nosso Deus, que enviastes o vosso Filho ao mundo para carregar as nossas enfermidades e levar sobre si as nossas dores, nós vos suplicamos por estes vossos filhos enfermos, para que, com a paciência fortalecida e a esperança renovada, superem a doença por vossa benção e voltem a gozar saúde por vossa ajuda. Por Cristo, nosso Senhor. Amém!

Benção de criança enferma
Pai das misericórdias e Deus de toda consolação, que vos dignais velar com piedade pelas vossas criaturas e dais a todos saúde de corpo e de alma, livrai da enfermidade estas crianças, a fim de que, por todos os dias da vida, crescendo em graça e sabedoria diante de vós e dos homens, vos sirvam em justiça e santidade e rendam graças à vossa misericórdia. Por Cristo, nosso Senhor. Amém!

Benção de pessoa idosa
Senhor Deus de amor, que transmitistes a estes vossos filhos longa vida, dignai-vos comunicar – lhes vossa benção. Que eles vos sintam sempre a seu lado. Olhando para o passado, alegrem – se com vossa misericórdia, e vendo o futuro, perseverem na santa esperança. Por Cristo, nosso Senhor. Amém!

Benção da família
Ó Deus, criador e misericordioso salvador do vosso povo, vós quisestes fazer da família, constituída pela aliança nupcial, o sacramento de Cristo e da Igreja; derramai copiosa benção sobre esta família, reunida em vosso nome, a fim de que os que vivem num só amor possam, com fervor e constância na oração, ajudar-se uns aos outros em todas as necessidades da vida e mostrar sua fé pela palavra e pelo exemplo. Por Cristo, nosso Senhor. Amém!

Benção geral
“O Senhor nos abençoe. Encha nossos pés de danças nossos braços de força. Cumule nossos corações de ternura e nossos olhos de alegria. Povoe nossos ouvidos de música e nosso nariz de perfume. Inunde nossa boca de júbilo e nossa alma de prazer. Conceda-nos os dons do deserto: silêncio, água pura e confiança. Infunda, sem cessar em nós nova energia para dar rosto à esperança. O Senhor nos abençoe”.
  
III – DEPOIS
Avaliação e partilha da pós-visita
- necessidades manifestas pelas pessoas visitadas;
- expectativas das pessoas visitadas em relação ao bairro, à comunidade e à religião;
- partilhar em grupo ou em comunidade as experiências das visitas, sem nunca entrar em detalhes sobre a vida dos visitados, dando atenção aos seguintes pontos:   
* dados positivos percebidos;
* o que deu certo e o que não foi tão bom;
* o que se pode fazer para melhorar.
* encaminhar para soluções de algumas situações encontradas durante as visitas

MENSAGEM: O MISSIONÁRIO

O Missionário: Quem é?

- É alguém muito humano, como Maria, possui traços do Divino Deus.

- É alguém que foi tocado pelo olhar profundo de Jesus de Nazaré. Seduzido por Ele, abandonou tudo e seguiu.

- É alguém que, por amor a Deus e aos irmãos, é capaz de deixar tudo: pais, irmãos, amigos, pátria...e caminha tranqüilo nas pegadas do Senhor.

- É alguém que entrega vida, tempo e energias pela salvação da humanidade. Para isso, se necessário for, enfrenta até o martírio.

- É alguém que, na história e na cultura de cada povo, sabe ler os sinais dos tempos, e anuncia-lhe a Boa Nova de Jesus.

- É alguém que luta pela libertação de todo ser humano, oprimido pela miséria, pela dor e pela ganância dos poderosos.

- É alguém que possui um coração grande e forte, sensível e aberto, capaz de amar os irmãos e irmãs de todas as raças, povos e nações.

- É alguém que tem como casa o mundo, o caminheiro movido por uma enorme paixão: o Reino a ser construído nas terras onde Jesus Cristo não foi anunciado.

- É alguém que, impulsionado por uma forte e contínua experiência de Deus, não dorme enquanto toda a humanidade não confessar: “Jesus Cristo é o Senhor”.

- É alguém que nunca desanima diante das dificuldades, convicto de que a Missão é de Deus e que, como prometeu, nunca abandonará seus bons operários!

- É alguém que “reza e faz o povo sentir saudades de Deus”.

- É alguém que abre caminhos, aplaina veredas e aponta direções.

- É alguém que, alimentando-se do Pão da Palavra e da Eucaristia, abraça a Vontade de Deus e traz nas mãos o escudo da Vitória do Ressuscitado.

- É alguém que, anseia por tornar este mundo mais humano, mais justo e mais fraterno, conforme os sonhos de Deus.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

NOTÍCIAS: FORANIA OESTE PROPÕE SEMANA MISSIONÁRIA EM OUTUBRO

Aconteceu nesta noite, no salão paroquial da Catedral (22 de agosto), a reunião com representantes paroquiais das Pequenas Comunidades Cristãs da Forania Oeste - Dourados. Após a oração inicial, motivada pelo padre Toninho, o forâneo Padre Rubens pediu que todos se apresentassem. Estiveram presentes: Paróquia Bom Jesus (Maria Isabel e Janete); Paróquia Imaculada Conceição (José Vieira e Nilda); Paróquia Nossa Senhora Aparecida (Rozilda); Paróquia São João Batista (Maria de Lourdes e Terezinha); Paróquia  São José Operário (Enedina); Paróquia Sagrado Coração de Jesus (Maria Landa, Tania, Delma e Maria da Graças); Forâneo Padre Rubens; Assessor das Pequenas Comunidades na forania o Padre Toninho e a Animadora Diocesana das Pequena s Comunidades Irmã Maria de Lourdes.
Outro momento da reunião foi a apresentação dos trabalhos de cada paróquia em relação as Pequenas Comunidades. A Irmã Maria de Lourdes falou sobre as conclusões do Encontro de Animadoras(es) de Pequenas Comunidade Cristãs das Foranias Leste e Oeste de Dourados, que aconteceu no IPAD, no dia 22 de julho pp.
Por final o forâneo apresentou a proposta da realização da Semana Missionária na Forania em outubro deste ano. A sugestão é para cada paróquia pensar, organizar e realizar uma experiência missionária de visitação às famílias em suas próprias paróquias. Todos aprovaram a proposta e a semana seria de 21 a 28 de outubro de 2012. A proposta será apresentada na reunião foranial com os respectivos párocos no dia 01 de setembro.
A próxima reunião foranial de animadoras(es) paroquias de Pequenas Comunidades Cristãs da Forania Oeste será no dia 29 de setembro, às 15 horas, no salão paroquial da Catedral.


 
 

terça-feira, 21 de agosto de 2012

ARTIGOS: 3° CONGRESSO MISSIONÁRIO NACIONAL

Estevão Raschietti * 
A conversão da Igreja se realiza na saída de si, do círculo da própria comunidade e dos confins da própria terra.
Focado no tema "Discipulado missionário do Brasil para um mundo secularizado e pluricultural, à luz do Vaticano II", o 3° Congresso Missionário Nacional quer encarar um dos desafios mais candentes para a missão da Igreja no século XXI, acolhendo o convite do 4º Congresso Americano Missionário e 9º Congresso Missionário Latino-Americano (CAM 4 - Comla 9), a ser celebrado na Venezuela em novembro de 2013. 
Voltam a ressoar em nós as palavras da Evangelii Nuntiandi: "a ruptura entre o Evangelho e a cultura é, sem dúvida, o drama da nossa época" (EN 20). Por isso é preciso "chegar a atingir e como que a modificar pela força do Evangelho os critérios de julgar, os valores que contam os centros de interesse, as linhas de pensamento, as fontes inspiradoras e os modelos de vida da humanidade, que se apresentam em contraste com a Palavra de Deus e com o desígnio da salvação" (EN 19).
Foram realizados dois simpósios internacional na Venezuela para aprofundar o tema do CAM 4 - Comla 9, respectivamente em janeiro de 2011 e janeiro de 2012. No primeiro, a teóloga colombiana Olga Consuelo Vález Caro abordou a questão da "leitura cristã da realidade secularizante", evidenciando que a secularização pode ser entendida como "o processo vivido pelas sociedades a partir do momento em que a religião e as suas instituições perdem influência sobre elas, de modo que outras áreas do conhecimento tomam seu lugar".
Contudo, a secularização não é apenas a transição de uma sociedade tradicional para uma sociedade moderna, onde a religião deixou de ser o cimento que facilitava a coesão social. Trata-se muito mais de todo um modo de sentir, pensar e agir, caracterizado pela autonomia da razão e da pessoa humana, e pela pluralidade das propostas e dos projetos de vida. Com o termo "laicidade" se quer descrever a condição de uma sociedade plural e aberta.
Essa emancipação do mundo traz certamente consigo um elemento de ruptura com o regime de proteção religiosa, mas também traz um elemento de continuidade no sentido que o próprio cristianismo resgatou, fundamentou e proporcionou esta autonomia (cf. Gal 3, 28). Portanto, se de um lado pode haver rejeição da religião, por outro, a sua aceitação acontece agora no âmbito estritamente pessoal desligada da instituição. Ou seja: a Igreja não pode mais determinar a maneira de ser e a relação com Deus de cada pessoa. A pergunta que fazemos a partir da fé é como a presença de Deus continua ainda atual neste novo contexto e se é possível ainda anunciá-Lo ao ser humano contemporâneo.
Em nenhum momento colocamos em dúvida que o Senhor ressuscitado esteja presente e que o mandato missionário tenha perdido seu valor, mas nós achamos que vivemos em tempos exigentes de responsabilidade e criatividade, atitudes indispensáveis para responder a esse imenso desafio da secularização e do pluralismo. Dependerá muito da habilidade eclesial, aproveitar este kairós (tempo de graça) para ler e interpretar os sinais dos tempos e conectar-se com as novas sensibilidades na busca de Deus, da religião e da experiência da fé.
Não são tempos de ansiedade e nostalgia, de fundamentalismos e retorno ao passado, mas de agir responsavelmente em um contexto onde a fé cristã não tem mais a hegemonia cultural. Como cristãos agimos muitas vezes de forma preconceituosa, pretensiosa, ingênua e autorreferencial, sem saber como administrar a secularização e os tempos nos quais estamos vivendo. É hora, portanto, de enfrentar essa realidade caminhando com as pessoas, reconhecendo e valorizando a alteridade, cuidando dos pobres, "estando sempre prontos a dar razão de nossa esperança a todo aquele que a pede" (1Pd 3, 15).
Ir ao encontro
Para isso, não podemos esperar que as pessoas venham a nós, precisamos nós ir ao encontro delas e anunciar-lhes a Boa Nova ali mesmo onde se encontram. Esse princípio parece quase óbvio. No entanto, na prática, a Igreja sempre teve a tentação de evangelizar a partir de sua própria condição, permanecendo em seu lugar, a partir de sua própria cultura, enviando e delegando seus missionários, mas sem se envolver num movimento de saída e de inserção nas situações que desejavam evangelizar.
Isso corresponde a uma verdadeira conversão para as nossas comunidades demasiadamente plantadas: "nós somos agora, na América Latina e no Caribe, seus discípulos e discípulas, chamados a navegar mar adentro para uma pesca abundante. Trata-se de sair de nossa consciência isolada e de nos lançarmos, com ousadia e confiança (parrésia), à missão de toda a Igreja" (DA 363). A conversão pastoral e a renovação missionária da qual fala o Documento de Aparecida em suas páginas centrais trata substancialmente de uma saída. Na saída de si, do círculo da própria comunidade e dos confins da própria terra, se realiza para a Igreja essa conversão.
A experiência missionária é sempre marcada pela itinerança, pelo despojamento, pela leveza e pela provisoriedade, por um contínuo entrar e sair, por um êxodo pascal de morte e ressurreição. A missão jamais cria raízes em algum lugar.
Paradoxalmente, o tema da conversão antes de ser dirigido aos destinatários da missão, é apontado por Aparecida como exigência fundamental para a própria Igreja e de todos seus sujeitos: "para nos converter numa Igreja cheia de ímpeto e audácia evangelizadora, temos que ser de novo evangelizados" (DA 549). A conversão é sempre algo que começa dentro de nós e se transforma em testemunho e anúncio para os outros.
Para a missão hoje é preciso ter muita humildade, jamais arrogância de quem pretende ensinar aos outros. Isso nos coloca numa posição de aprendizes, de discípulos, de compaixão para com toda humanidade e de simetria com qualquer ser humano. É necessário também valorizar o cotidiano. A semente que morre para dar fruto não é percebida por ninguém: tudo acontece num processo quase imperceptível, escondido, cadenciado no dia a dia. De repente, olhando para o caminho, reparamos que passos foram dados, escolhas foram amadurecendo, conquistas significativas foram alcançadas.
Ao mesmo tempo, é preciso ter responsabilidade e compromisso. Cumprir com tarefas que apontam para um novo modelo de Igreja missionária não é opcional. O que está em jogo é a aposta do Evangelho continuar sendo significativo no mundo plural de hoje: essa missão é a razão última que nos resta, para a qual entregamos nossas vidas e a vida de nossas comunidades. 

* Estêvão Raschietti é missionário xaveriano, italiano, há mais de 20 anos no Brasil, atualmente diretor do Centro Cultural Missionário - CCM de Brasília. Publicado na revista Missões, N. 06 - jul-ago. 2012.
Fonte: Revista Missões


O 3.º Congresso Missionário Nacional é etapa de uma caminhada da Igreja Católica no Brasil, acompanhando o ritmo de outros congressos promovidos a nível das Américas. De fato um dos objetivos deste era preparar o Congresso Missionário Americano (CAM 4) e Congresso Missionário Latino Americano (COMLA 9) a realizar-se em Maracaibo – Venezuela no final de novembro de 2013.
O 1.º Congresso Missionário Nacional foi realizado em Belo Horizonte, de 17 a 20 de julho de 2003 e o 2º em Aparecida em 2007. E este terceiro aconteceu entre os dias 12 a 15 de julho, na Arquidiocese de Palmas, estado do Tocantins. 
O Congresso foi promovido pelas Pontifícias Obras Missionárias (POM) e pelo Conselho Missionário Nacional (COMINA). Teve como tema: “Discipulado Missionário: do Brasil para um mundo secularizado e pluricultural, à luz do Vaticano II”. E como lema: “Como o Pai me enviou, assim eu vos envio”.

ARTIGOS: CONVERSÃO PASTORAL E RENOVAÇÃO MISSIONÁRIA


 Estêvão Raschietti*
Desafios e perspectivas a partir do Documento de Aparecida (DA).
A missão de comunicar vida é a razão de ser da Igreja (cf DA 373). Por isso ela é chamada a desinstalar-se: "a Igreja necessita de forte comoção que a impeça de se instalar na comodidade, no estancamento e na indiferença, à margem do sofrimento dos pobres do continente" (DA 362).
Se "missão" significa "envio", todo envio pressupõe um deslocamento e uma saída: "nós somos agora, na América Latina e no Caribe, seus discípulos e discípulas, chamados a navegar mar adentro para uma pesca abundante. Trata-se de sair de nossa consciência isolada e de nos lançarmos, com ousadia e confiança (parrésia), à missão de toda a Igreja" (DA 363). A conversão missionária da qual fala o Documento de Aparecida (DA) em uma de suas páginas centrais (cf 7.2 - Conversão pastoral e renovação missionária das comunidades) trata-se substancialmente de uma saída. Na saída de si, do círculo da própria comunidade e dos confins da própria terra, se realiza para a Igreja essa conversão. Paradoxalmente, é nessa saída que a Igreja encontra sua razão de ser e sua própria identidade.

Temos que ser de novo evangelizados
O tema da conversão, antes de ser dirigido aos destinatários da missão, é apontado pelo DA como exigência fundamental para a própria Igreja. Com o mesmo espírito do Vaticano II, Aparecida analisa que, na atual conjuntura de grandes mudanças, "sentimo-nos desafiados a discernir os ‘sinais dos tempos'" (DA 33) e "a assumir uma atitude de permanente conversão pastoral" (DA 366). Na mudança global a Igreja precisa mudar também, mas não apenas pastoralmente "seu jeito de ser": ela precisa ser evangelizada de novo para converter-se numa Igreja cheia de ímpeto e audácia evangelizadora (cf DA 549). Conversão é um convite para Igreja e não, primeiramente, para o mundo. O conteúdo dessa conversão consiste no surpreendente e profundo re-encantamento com a essência do Evangelho, um Evangelho assumido e vivido não como doutrina, mas como "práxis de vida baseada no dúplice mandamento do amor". Essas palavras do papa Bento XVI indicam um caminho a seguir, aparentemente quase óbvio: "não temos de dar nada como pressuposto e descontado, todos os batizados são chamados a ‘recomeçar a partir de Cristo'" (DA 549).
O motivo da conversão missionária não é novo. Já a Redemptoris Missio declarava que: "a ação evangelizadora da comunidade cristã, primeiramente no próprio território e depois, mais além, como participação na missão universal, é o sinal mais claro da maturidade da fé. Impõe-se uma conversão radical da mentalidade para nos tornarmos missionários - e isto vale tanto para os indivíduos como para as comunidades" (RMi 49).
Relacionar essas afirmações com a seguinte passagem do Decreto Ad Gentes, pode ressoar um tanto intrigante e desafiador: "a graça da renovação não pode crescer nas comunidades, a não ser que cada uma dilate o campo da sua caridade até aos confins da terra e tenha igual solicitude pelos que são de longe como pelos que são seus próprios membros" (AG 37). O Vaticano II aponta decididamente para a dimensão universal da missão como fator determinante para uma verdadeira conversão entendida como saída de si.
Em que medida isso faz sentido para a realidade latino-americana? A saída de si tem como horizonte os confins da terra. É sempre um andar "extrovertido" além de todas as fronteiras. Essa universalidade não significa "tarefa específica", mas diz respeito à própria essência e à dinâmica da missão. Se nossa missão fosse geográfica, cultural, étnica, socialmente ou eclesialmente limitada e se dirigisse somente a uma pequena clientela de "eleitos", ela se tornaria excludente. João Paulo II em sua encíclica missionária afirma: "Sem a missão Ad Gentes, a própria dimensão missionária da Igreja ficaria privada do seu significado fundamental e do seu exemplo de atuação" (RM 34).
De que maneira podemos suscitar em nossos batizados e em nossas comunidades uma abertura verdadeiramente missionária sem uma perspectiva genuinamente sem fronteiras, católica, atenta e sensível ao mundo todo? Sem esse respiro, corremos o risco de cair "na armadilha de nos fechar em nós mesmos" (DA 376), numa dinâmica centrípeta e, afinal, egocêntrica, traindo a missão e o espírito do próprio Evangelho.

Peregrinos a caminho
Ainda hoje, apesar de nossos esforços, somos tentados a compreender a missão a partir de nós. O princípio da missão consiste no seguinte: não podemos esperar que as pessoas venham a nós, precisamos nós ir ao encontro delas e lhes anunciar a Boa Nova ali mesmo onde se encontram. Isso parece quase óbvio. No entanto, na prática, a Igreja sempre teve a tentação de evangelizar os povos a partir de sua própria condição, permanecendo em seu lugar, a partir de sua própria cultura, enviando e delegando seus missionários, mas sem se envolver num movimento de saída e de inserção nas situações que desejavam evangelizar.
Nesse sentido, metáforas usadas pelo DA em descrever a Igreja e sua missão, podem levar a algum equívoco. Por exemplo, a frequente imagem da Igreja como "casa e escola", assim como o verbo "acolher" que a acompanha, expressam uma dinâmica missionária só por analogia. Missionário não é, em si, aquele que acolhe, mas é o acolhido. Missão é um termo que desde o Vaticano II serve um pouco para descrever toda ação da Igreja. No entanto, não podemos perder de vista o que especificamente se entende com isso, sob pena de esvaziar o seu sentido.
Uma Igreja enviada é uma Igreja que está fora de casa, que faz a experiência radical do seguimento, do despojamento e da itinerância, como companheira dos pobres (cf DA 398) e como hóspede na casa dos outros. O discípulo é essencialmente um peregrino e um enviado que deixou casa, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos, terras, por causa de Jesus. Esse Jesus disse: "Eu sou o Caminho" (Jo 14, 6) e não: "Eu sou a chegada". Jesus inverte a perspectiva de Tomé, que queria conhecer o caminho a partir do ponto de chegada: "Senhor, não sabemos para onde vais. Como podemos conhecer o caminho?" (Jo 14, 5). Esta identificação de Jesus com o caminho foi algo de marcante para os primeiros cristãos. Eles se autodenominavam de "pertencentes ao Caminho" (At 9, 2).
A palavra "caminho" aparece mais de cem vezes no DA. Isso indica que o caminho não afasta a Igreja da sua origem ou das suas raízes. Pelo contrário. É um encontro com suas raízes em Jesus, "o Deus de rosto humano". Ao mesmo tempo, os discípulos de Jesus não são árvores. Eles têm uma relação diferente com o chão da história. Eles "vivem dispersos como estrangeiros no Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia" (1Pd 1, 1) mas são "concidadãos do povo de Deus e membros da família de Deus" (Ef 2, 19). Seus pés foram feitos para caminhar e não para ficar plantados num determinado lugar. A raiz é presa ao chão por um trato cruel: "se você quer se libertar, morre". A missão faz da Igreja uma peregrina livre de qualquer amarra contextual, num caminhar cheio de imprevistos, aberto, desarmado na simplicidade e na pobreza, que convida continuamente descobrir Deus de novo no pobre e no outro.

Abandonar as estruturas caducas
Na história da evangelização, a missão foi entendida a partir da cristandade, como uma saída geográfica para territórios não-cristãos, que tinha como objetivo a expansão e a implantação da Igreja no mundo. O próprio conceito de Ad Gentes estava impregnado de uma forte visão etnocêntrica e eclesiocêntrica. Os destinatários desta missão eram as gentes ou pagãos, dois termos com conotações depreciativas. Quem se considera "povo eleito" chama os outros de gentes ou de pagãos, que significam no latim "rudes", "toscos", "camponeses", "atrasados". A missão cristã aos diferentes povos foi muitas vezes marcada por um trágico senso de superioridade e por uma presunção civilizadora absolutamente secular.
Pelo menos desde Carlos Magno (†814) o anúncio do Evangelho a todos os povos concretizou-se com agressões militares que arrasavam e impunham com a espada o batismo e a "salvação cristã". Na experiência fundante do "Novo Mundo", mais uma vez, a missão cristã foi cúmplice e parceira estratégica de uma aventura sangrenta de desencontro, de opressão e de domínio. A colonização do mundo por parte do Ocidente forneceu, de fato, o contexto para o surgimento da missão. Se, de um lado, não podemos identificar a colonização com a missão, por outro os muitos exemplos de missionários que resistiram corajosamente às potências coloniais e às suas políticas não mudaram significativamente o quadro geral.
Seria, então, a própria missão Ad Gentes uma "estrutura caduca" da qual fala o DA 365? Em certos sentidos sim. Contudo, algumas tentativas em abandonar esse conceito e essa prática, curiosamente, não deram certo. Uma delas foi o de substituir a palavra "missão" pelo termo mais bíblico "evangelização". A Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi de Paulo VI, representou um esforço nessa direção, na tentativa de expurgar a missão da Igreja de toda uma ideologia exclusivista, eclesiocêntrica, hegemônica e expansionista. Nessa operação de boas intenções, porém, essa ideologia disfarçadamente permaneceu nas práticas das Igrejas, e o problema das mediações históricas do Evangelho, indelevelmente marcadas por limitações e pecados, não foi substancialmente resolvido. Além do mais, o conceito de "evangelização" era perigosamente menos amplo do que "missão": evangelização é missão, mas missão não é somente evangelização, é também diálogo, promoção humana, testemunho, todas as atividades que servem para libertar o ser humano da escravidão na presença do Reino vindouro.
O caminhar da missão em direção a esse Reino é sempre um caminhar no Espírito que exige um trabalho permanente e penitencial de discernimento entre desejo, esperança, riscos a serem assumidos e realidade. Esse discernimento é feito a partir das origens do caminho, e constitui o elemento essencial para não confundir a fidelidade ao Senhor com a fixação em esquemas limitados. As estruturas caducas que precisam ser abandonadas (cf DA 365) estão sedimentadas no profundo de nossa consciência eclesial. Por isso necessita uma ação insistente, paciente e participativa de mudança de mentalidade da qual possam surgir "processos constantes de renovação missionária" (DA 365).

A dignidade dos pobres
"Reconhecer a imensa dignidade dos pobres aos olhos de Cristo" (DA 398). Pelo mesmo crivo passam também pilares fundantes da teologia da missão: a unicidade da salvação em Cristo e a necessidade da Igreja. Seriam também esses conceitos "estruturas caducas" a serem abandonadas? A pretensão universalista cristã está baseada na proclamação de um único e verdadeiro Deus, e na adoção de meios específicos para a salvação. Se tirarmos esses dois conceitos chaves, não há mais qualquer razão para a missão e nem para a existência da própria Igreja. Como então reafirmá-los evitando qualquer fundamentalismo e exclusivismo? A reflexão teológica e a prática missionária juntam-se nesta busca a partir da convicção que Cristo e Igreja permanecem um mistério de fé. Participamos deste mistério na medida em que nos aproximamos sempre mais através de nossa compreensão, nossa prática e nossa missão. Compreender a missão não como atividade ou território, mas como "essência" de Deus e da Igreja, significa adoção de uma prática jesuana de proximidade aos outros e aos pobres, para comunicar vida em termos de humanidade, compaixão, gratuidade e fraternidade sem fronteiras, como caminho de salvação. "Fora do dom da vida (acolhido e oferecido) e da fraternidade não há salvação", diria o DA com outras palavras (cf DA 359-360).
Esse anúncio para todos os povos deve lidar com o mistério de Deus, mas também com o mistério da pessoa humana que se torna interlocutora e destinatária dessa missão. Humanidade e compaixão se traduzem testemunhalmente em proximidade e reconhecimento. Para a missão isso foi sempre um problema que se expressou nas definições severas dos outros como gentes, pagani, infieis. Quem é, afinal, o outro? O outro para a missão permanece algo de indefinido a ser reconhecido e acolhido assim como ele se oferece. Quando encontra Natanael, Jesus reconhece primeiro o valor do jovem, apesar desse não ter logo reconhecido Jesus (cf Jo 1, 45-49). A nossa missão precisa começar pelo reconhecimento dos "Natanaeis" do nosso tempo. Eles são também "dons de Deus" (o nome Natanael significa "Deus doou"). Nós podemos aceitar esse dom que Deus nos oferece na pessoa de Natanael somente se antes aceitarmos a maneira com a qual Natanael se doa a nós.
A missão evangelizadora na América de todos os tempos é deficitária desse reconhecimento dos outros e de suas culturas. Mas, há 40 anos, Medellín começou abrir as primeiras clareiras de descolonização, identificando o destinatário da missão no pobre, um pobre com rosto concreto (cf Puebla, 31-39), reconhecido em seu "valor inestimável aos olhos de Deus" (Medellín, 15, 7). Somente os olhos de Deus conseguem ver nas "ovelhas perdidas" a imagem copiosa da "grande colheita" (cf Mt 9, 36). A opção pelos pobres é fundamentalmente uma opção de fé e uma opção pelo ser humano ao mesmo tempo (se é que há intervalo de tempo entre as duas coisas). Uma opção para salvar a pessoa da dependência opressora e da dominação injusta, e uma opção para encontrar a Deus (cf DA 257). Isso implica para a Igreja um deslocamento fundamental, uma saída de si, em termos de perceber e questionar a realidade do mundo do ponto de vista das vítimas, dos crucificados e dos injustiçados. Implica também, e sobretudo, a adesão a um projeto de mundo global mais justo e solidário, significativamente "outro" daquilo que temos diante dos olhos.

* Estêvão Raschietti, SX, é assessor do Conselho Missionário Nacional - Comina, e 
diretor do Centro Cultural Missionário - CCM, em Brasília, DF.

Fonte: Revista Missões

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

LITURGIA: CELEBRAÇÃO PARA O DIA DO(A) CATEQUISTA

QUERIDAS(OS) CATEQUISTAS!
É certamente já uma tradição consagrada celebrar a diversidade das vocações na Igreja, durante o mês de agosto, e entre elas a vocação de catequista. No último domingo do mês se destaca o “Dia da(o) Catequista”. Neste dia se faz a experiência, tão recomendada pelo Diretório da Catequese, de unirmos sempre mais intimamente liturgia e catequese, para chegarmos a uma catequese litúrgica.
Também existe um hábito saudável da Comissão Bíblico-catequética da CNBB: oferecer uma proposta de celebração para o Dia da(o) Catequista. Sabemos que em toda parte já existem experiências magníficas de preparar estas celebrações com muita criatividade e grande unção. Mas também acreditamos que algumas indicações em nível nacional podem servir de inspiração para enriquecer as propostas locais.
Neste espírito de partilha e sintonia, oferecemos com simplicidade este pequeno subsídio. Esperamos que ajude a reforçar a beleza e grandeza dessa vocação tão fundamental para a vida e a missão da Igreja. E queremos nos alegrar profundamente e cantar louvores ao Senhor nesse dia, por tantas vidas a serviço do processo de educação da fé em nossas comunidades. 

QUE DEUS ABENÇOE TODAS (OS) AS(OS) CATEQUISTAS DO BRASIL!
O DIA DA(DO) CATEQUISTA SERÁ CELEBRADO NO DIA 26 DE AGOSTO

Preparando o ambiente: Círio Pascal e Bíblia em destaque, outros símbolos que representem o servir do ministério catequético (conforme realidade local).
Obs.: Os símbolos podem já estar em local visível ou ser levados na procissão de entrada por catequistas e catequizandos.

1 – Chegada: silêncio, oração pessoal (com fundo musical)

2 – Canto de entrada: “Missão de todos nós”, ou “Discípulos e Missionários”, ou outro mais conhecido da comunidade.

3 – Sinal da Cruz e saudação inicial

4 – Recordação da vida (sentados)

Animador: Neste dia de ação de graças pela vocação da(o) catequista, nos reunimos em torno da Mesa da Palavra de Deus e da Mesa da Eucaristia, para celebrar a presença do Ressuscitado. Ele é a razão da nossa fé, que a catequese quer despertar e amadurecer.
Queremos aproveitar a ocasião para expressar nossa alegria e gratidão pelo lindo presente que nossos bispos nos deram, o novo Documento com o nome: “Discípulos e Servidores da Palavra de Deus na Missão da Igreja”. Resume bem nosso agir na catequese: somos antes de tudo discípulos, que escutam e aprendem do mestre, para então ser servidores da Palavra através do testemunho e do anúncio, e assim colaborar na missão de realizar o Reino de Deus.
Neste ano também trazemos presente os 50 anos do início do Concílio Vaticano II, os 40 anos do Ritual da Iniciação Cristã de Adultos (o RICA) e os 20 anos do Catecismo da Igreja Católica. São todos marcos significativos na história da catequese. Por isso, o papa Bento XVI proclamou um Ano da Fé a partir de outubro , para reavivar e atualizar estes acontecimentos, que como Maria guardamos em nosso coração. (Sugestão: que esses documentos sejam apresentados nesse encontro).

5 – Ato penitencial – Introdução bem objetiva relacionando-o com as motivações colocadas.

6 – Glória – Escolher uma melodia conhecida e bem vibrante.

7 – Oração do dia...

8 – Liturgia da Palavra (Do 21º Domingo do Tempo Comum)
1ª Leitura: Josué 24,1-2a.15-17.18b
Salmo: 33 (cf. Lecionário)
2ª Leitura: Efésios 5,21-32
Evangelho: João 6,60-69 (sugestão: proclamar duas vezes o Ev. uma vez que será objeto principal da leitura orante na homilia).
Homilia (em forma de leitura orante).

1º Passo – LEITURA: O QUE DIZ O TEXTO?
Para ajudar:
• No capítulo 6 do Evangelho de João, Jesus faz primeiro o povo viver a experiência do sinal messiânico da partilha do pão.
• A partir desse fato, começa a fazer uma catequese sobre o Pão do Céu, que é Ele próprio, e insiste na necessidade de comer sua carne e beber seu sangue para participar do seu projeto de vida.
• O texto proclamado hoje relata a reação dos ouvintes diante dessa linguagem que Jesus usa. São palavras duras para muitos, que se escandalizam e de fininho vão caindo fora.
• Jesus aproveita a crise que isto gera para testar a firmeza ou não dos seus principais companheiros, os 12. 
• Estes, no entanto, reagem bem, e Pedro em nome de todos faz esta fantástica profissão de fé: “Tu tens Palavras de Vida Eterna. Nós cremos firmemente e reconhecemos que Tu és o Santo de Deus”. É a expressão equivalente à de Josué e ao povo de Israel quando proclamam: “ Nós serviremos ao Senhor, porque ele é nosso Deus”, que vimos na 1ª leitura. São profissões de fé históricas.

2º Passo - MEDITAÇÃO: O QUE DIZ O TEXTO PARA MIM/ PARA NÓS, HOJE?
Para ajudar:
• Nossa catequese de iniciação à Vida Cristã tem como meta principal conduzir à experiência pessoal com Jesus e ao compromisso com seu Projeto. A partir desse texto podemos perguntar:
• Que imagem de Jesus apresentamos? Temos coragem de mostrar as exigências que o discipulado traz ou apenas falamos das coisas bonitas, para não assustar?
• A fé que despertamos no processo catequético é uma fé superficial, que se escandaliza diante das “durezas” da caminhada, ou é uma fé fundamentada na Palavra de Deus, que resiste mesmo diante dos duros desafios que a vida hoje apresenta?
• Como catequistas, somos daqueles que abandonam tudo quando o processo catequético fica “pesado”, ou seguimos firmes como os 12, confiando nas palavras de vida eterna?
• Temos a disposição de Josué e do povo de Israel, que abandonaram os ídolos para proclamar: “Nós serviremos o Senhor, porque ele é nosso Deus”? Somos verdadeiros servidores da Palavra de Deus na educação da fé em nossas comunidades?

3º Passo – ORAÇÃO: O QUE O TEXTO ME LEVA/ NOS LEVA A DIZER A DEUS?
Preces espontâneas, ou versículos de Salmos, ou mantras...

4º Passo – CONTEMPLAÇÃO: COMO O TEXTO ILUMINA O MEU/ O NOSSO AGIR?
Fazer silêncio para mergulhar no Mistério de Deus. E depois assumir algum compromisso concreto (pessoal ou comunitário), em vista de sermos discípulos e servidores sempre conectados à fonte da Palavra.

9 – Liturgia Eucarística (Intercalada com cantos apropriados)

10 – Ritos Finais:
Rito de Envio: Uma vez que focamos principalmente o “servir” no processo de educação da “Fé”, sugerimos que neste momento o presidente da celebração, como catequista primeiro da comunidade, acenda no Círio Pascal velas menores e as entregue a todas(os) catequistas presentes. Com as velas acesas em uma das mãos e a oração da(o) catequista na outra, podem rezá-la juntos, como renovação de seu serviço à Palavra de Deus e à vivência da fé nesta comunidade:

ORAÇÃO DA(DO) CATEQUISTA:

SENHOR,
Como os discípulos de Emaús, somos peregrinos.
Vem caminhar conosco!
Dá-nos teu Espírito, para que façamos da catequese caminho para o discipulado.
Transforma nossa Igreja em comunidades
orantes e acolhedoras,
Testemunhas de fé, de esperança e de caridade.
Abre nossos olhos para reconhecer-Te
nas situações em que a vida está ameaçada.
Aquece nosso coração,
para que sintamos sempre a tua presença.
Abre nossos ouvidos para escutar a tua Palavra,
fonte de vida e missão.
Ensina-nos a partilhar e comungar do Pão,
alimento para a caminhada.
Permanece conosco!
Faze de nós discípulos missionários,
a exemplo de Maria sempre fiel,
sendo testemunhas de tua Ressurreição.
Tu que és o Caminho para o Pai. Amém!

NOTÍCIAS: ENCERRAMENTO DA SEMANA DA FAMÍLIA NA COMUNIDADE

O tema escolhido para reflexão na Semana Nacional da Família (12 a 18 de agosto) FAMÍLIA: o Trabalho e a Festa. Na comunidade não houve uma programação durante a semana, a única atividade programada aconteceu no sábado, 18 de agosto, 19 horas, na igreja Santo André, que foi a Eucaristia presidida pelo pároco Padre Rubens.
Na família se conserva e transmite a vida, no casal e aos filhos, com o seu ritmo, com as suas dores e alegrias, paz e sonho, ternura e responsabilidade. Ela é um lugar de descanso e de motivação, com chegadas e partidas. Por isso o trabalho não pode tornar a casa deserta e triste, mas a família é convidada a aprender a viver e a conjugar os tempos do trabalho com aqueles da festa.
Na solenidade da Assunção de Nossa Senhora, Maria sai de casa e vai visitar sua prima Isabel. Maria, depois da anunciação cheia de Espírito Santo e cheia do Mistério realizado no seu seio por obra deste mesmo Espírito, entra na casa de Zacarias. Atravessa a soleira da casa de uma família que lhe está muito próxima por espírito e parentesco. E já na entrada recebe a saudação de Isabel que lhe exalta a fé: "Feliz de ti que acreditaste" (cf. Lc 1, 45). E saúda Maria com as mesmas palavras com que todos nós a saudamos constantemente, quando recitamos a "Ave Maria".
As tarefas da família cristã no mundo contemporâneo" dirige a nossa atenção para todas as famílias que vivem no mundo de hoje, para as famílias às quais a Igreja é enviada e através das quais ela deseja realizar a sua missão. Pensamos nas grandes tarefas da família, ligadas à transmissão da vida e à grande obra da educação do homem novo. Pensamos nas alegrias, mas também nas fadigas deste amor, sobre o qual se constrói a vida dos casais e das famílias. Pensamos também nos sofrimentos, nas crises, nos dramas que às vezes acompanham a vida familiar.
Maria a primeira missionária, que leva Jesus em seu seio até sua prima Isabel. Maria é exemplo para cada cristão batizado, engravidar-se de Jesus para levar aos outros, às outras famílias.
No final da celebração, houve uma confraternização no salão de eventos.




domingo, 19 de agosto de 2012

TESTEMUNHO DE VIDA: TESTEMUNHO SOBRE O TERÇO

Veja a humildade de uma devota de Maria Santíssima.
Havia uma senhora muito simples que vendia verduras na vizinhança. Certo dia, Tia Joana, conhecida por toda vizinhança, foi vender suas verduras na casa de um protestante e perdeu o terço no jardim da casa dele. Passados alguns dias, Joana voltou novamente àquela casa.
O protestante veio logo zombar da Tia Joana, e dizia para ela:
 - "Você perdeu o seu Deus"?
Ela humildemente respondeu:
- "Eu, perder o meu Deus? Nunca"!
Ele, então, pegou o terço e disse:
- "Não é este o seu Deus?
Ela humildemente respondeu:
- "Graças a Deus o senhor encontrou o meu terço. Muito obrigada".
Ele disse:
- "Por que você não troca este cordão com estas sementinhas pela Bíblia?"
Ela disse:
-"Porque a Bíblia não sei ler, e com o terço eu medito toda a Palavra de Deus e a guardo no coração."
Ele disse:
-"Medita a Palavra de Deus?"Como assim? Poderia me dizer? 
Respondeu Tia Joana, pegando o terço:
 -"Posso sim. Quando eu pego na cruz, lembro-me que o Filho de Deus deu todo o Seu sangue, pregado numa cruz, para salvar a humanidade. Esta primeira conta grossa me lembra que há um só Deus onipotente. Estas três contas pequenas me lembram as três pessoas da Santíssima Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo. Essa conta grossa me faz lembrar a oração que o Senhor mesmo nos ensinou, que é o Pai Nosso. O terço tem cinco mistérios que fazem as cinco chagas do Nosso Senhor Jesus Cristo cravado na cruz, e cada mistério tem dez Ave-Marias, que me fazem lembrar os Dez Mandamentos que o Senhor mesmo escreveu na tábua de Moisés. O Rosário de Nossa Senhora tem quinze mistérios, que são: os cinco gozosos, os cinco dolorosos e os cinco gloriosos. De manhã, quando me levanto para iniciar a luta do dia eu rezo os gozosos, lembando-me do humilde lar de Maria de Nazaré. No meio dia, no meu cansaço e na fadiga do trabalho eu rezo os mistérios dolorosos, que me fazem lembrar da dura caminhada de Jesus Cristo pra o calvário. Quando chega o fim do dia, com as lutas todas vencidas, eu rezo os mistérios gloriosos, que me fazem lembrar que Jesus venceu a morte para dar a salvação a toda humanidade.
E agora, me diga onde está a idolatria?"
Ele depois de ouvir tudo isso disse:
- "Eu não sabia disso. Ensina-me, Tia Joana, a rezar o terço"!