Histórico

A Paróquia Santo André, foi desmembrada da Paróquia Nossa Senhora Imaculada Conceição, fundada em 20 de junho de 1971, tem como padroeiro o Apóstolo André, santo que a Igreja celebra sua memória no dia 30 de novembro, data de seu martírio. No dia 30 de novembro de 2014, Dom Redovino Rizzardo elevou à qualidade de paróquia, nomeando o primeiro pároco, o Padre Otair Nicoletti. A equipe de Coordenação do Conselho Comunitário de Pastoral - CCP está formada pelas seguintes pessoas: Coordenação: Laudelino Vieira, Paulo Crippa; Assuntos Econômicos: José Zanetti, Valter Claudino; Secretaria: Marcus Henrique e Naiara Andrade.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

PRIORIDADES: SEMANA MISSIONÁRIA

"Neste Ano, tanto as comunidades religiosas como as comunidades paroquiais e todas as realidades eclesiais, antigas e novas, encontrarão forma de fazer publicamente profissão do Credo... 
Por sua vez, o professar com a boca indica que a fé implica um testemunho e um compromisso públicos. O cristão não pode jamais pensar que o crer seja um fato privado. A fé é decidir estar com o Senhor, para viver com Ele. E este «estar com Ele» introduz na compreensão das razões pelas quais se acredita. A fé, precisamente porque é um ato da liberdade, exige também assumir a responsabilidade social daquilo que se acredita. No dia de Pentecostes, a Igreja manifesta, com toda a clareza, esta dimensão pública do crer e do anunciar sem temor a própria fé a toda a gente. É o dom do Espírito Santo que prepara para a missão e fortalece o nosso testemunho, tornando-o franco e corajoso". (Carta Porta Fidei - Papa Bento XVI)

DICAS & SUGESTÕES

A - MISSÃO: palavra chave do Documento de Aparecida (DA)
Missão e missionários marcam o texto inteiro. O documento está organizado em 554 parágrafos. A palavra Missão aparece explicitamente em cerca de 100 parágrafos, as palavras ‘discípulos missionários’ e ‘missionários’ aparecem mais de trezentas vezes. Estas palavras iluminam também todos os outros parágrafos do documento. Elas são o paradigma, a referência, o fio condutor do documento.
A seguir algumas frases do Documento que falam de Missão:

B - MISSÃO em sentido amplo.
1) “Assumimos o compromisso de uma grande missão em todo o Continente” (DA 362).
2) “A missão continental procurará colocar a Igreja em estado permanente de missão” (DA 551).
3) “Hoje, toda a Igreja na América Latina e no Caribe quer colocar-se em estado de missão” (DA 213).
4) “A Igreja necessita de forte comoção que a impeça de se instalar na comodidade” (DA 362).
5) “Esperamos em novo Pentecostes, uma vinda do Espírito que renove nossa alegria e nossa esperança” (DA 362).
6) “A conversão pastoral de nossas comunidades exige que se vá além de uma pastoral de mera conservação para uma pastoral decididamente missionária” (DA 370).
7) “Precisamos de uma evangelização muito mais missionária, em diálogo com todos os cristãos e a serviço de todos os homens” (DA 13).
8) “Missão não é tarefa opcional, mas parte integrante da identidade cristã” (DA 144).
9) “A Igreja peregrina é missionária por natureza, porque tem sua origem na missão do Filho e do Espírito Santo, segundo o desígnio do Pai” (PA 347).
10) “A missão é a razão de ser da Igreja, define sua identidade mais profunda” (DA 373).
11) “A missão não se limita a um programa ou projeto, mas é compartilhar a experiência do acontecimento do encontro com Cristo, testemunhá-lo e anunciá-lo de pessoa a pessoa, de comunidade a comunidade e da Igreja a todos os confins do mundo” (DA 145).
12) “A Igreja é chamada a repensar profundamente e a relançar com fidelidade e audácia sua missão nas novas circunstâncias latino-americanas e mundiais” (DA 11).
13) “A Igreja deve cumprir sua missão seguindo os passos de Jesus e adotando suas atitudes” (DA 31, cita Mt 9,35-36).

C - PARÓQUIAS em missão
1) “As paróquias são células vivas da Igreja... São chamadas a ser casas e escolas de comunhão” (DA 170).
2) “Todas as nossas paróquias se tornem missionárias” (DA 173)
3) “A renovação missionária das paróquias se impõe tanto nas cidades como no mundo rural” (DA 173)
4) “A renovação missionária das paróquias exige de nós imaginação e criatividade para chegar às multidões” (DA 173).
5) “Os melhores esforços das paróquias devem estar na convocação e na formação de leigos missionários” (DA 174)
6) “Todos os membros da comunidade paroquial são responsáveis pela evangelização dos homens e mulheres em cada ambiente” (DA 171).
7) “A renovação das paróquias exige a reformulação de suas estruturas, para que ela seja uma rede de comunidades e grupos, capazes de se articular conseguindo que seus membros se sintam realmente discípulos e missionários de Jesus Cristo em comunhão” (DA 172).
8) “A imensa maioria dos católicos de nosso continente vive sob o flagelo da pobreza... A paróquia tem a maravilhosa ocasião de responder às grandes necessidades de nossos povos. Para isso tem que seguir o caminho de Jesus e chegar a ser a boa samaritana como Ele. Cada paróquia deve chegar a concretizar em sinais solidários seu compromisso social nos diversos meios em que se move, com toda a ‘imaginação da caridade’” (DA 176)
9) “A paróquia chegará a ser comunidade de comunidades’” (DA 309, citando Santo Domingo 58).
10) “Uma paróquia, comunidade de discípulos missionários, requer organismos que superem qualquer tipo de burocracia. Os Conselhos Pastorais Paroquiais terão de estar formados por discípulos missionários constantemente preocupados em chegar a todos” (DA 203). 12)
11) “A renovação das paróquias exige a reformulação de suas estruturas, para que ela seja uma rede de comunidades e grupos, capazes de se articular conseguindo que seus membros se sintam realmente discípulos e missionários de Jesus Cristo em comunhão” (DA 172).

D - Missão verdadeira
Os porquês da Missão.
A motivação principal está na comunhão trinitária: “A Igreja peregrina é missionária por natureza, porque tem sua origem na missão do Filho e do Espírito Santo, segundo o desígnio do Pai” (DA 347, citando o documento Ad Gentes, capítulo 2, do Concilio Vaticano 2º). O Deus revelado na Bíblia é Deus-Amor (1Jo 4,8.16), e onde há amor, há missão; portanto, Deus é Missão. Nós participamos da natureza divina (2Pd 1,4), somos filhos e filhas da Trindade Santa; herdamos a missão da Trindade. Um segundo motivo da missão é a situação do mundo, do planeta Terra. O mal está no mundo, destruindo relações de fraternidade e de paz, trazendo divisão e opressão, ferindo e destruindo o Planeta. O Documento faz uma análise detalhada dos males do mundo (DA 43-97). Diante de tudo isso, não podemos ficar indiferentes. Enquanto houver algo errado em qualquer parte do mundo, é a hora da missão. Um terceiro motivo que Aparecida lembra é a vida interna da Igreja: enfraquecimento da vida cristã, escasso acompanhamento aos fiéis leigos em suas tarefas de serviço à sociedade, despreparo da Igreja frente aos desafios da pós-modernidade, migração de católicos para outras Igrejas e grupos religiosos, católicos batizados não suficientemente evangelizados, vítimas de um mundo secularizado, onde a tendência é relativizar valores e fazer o que mais satisfaz no momento (DA 100, 293, 185, 177, 479).
Portanto, a Missão “não é uma tarefa opcional, mas parte integrante da identidade cristã” (DA 144). Ela é uma necessidade, uma urgência permanente: “Ai de mim se eu não anunciar o Evangelho” (1Cor 9,16).

Os conteúdos e objetivos da Missão.
Nós não os inventamos, nós os herdamos da Missão de Deus, plenamente revelada na vida e na prática de Jesus de Nazaré. Eles estão presentes também nos anseios mais profundos e mais verdadeiros da natureza humana. Devemos saber redescobri-los e atualizá-los. O documento de Aparecida lembra-os com insistência:
a) Participar da vida trinitária através do seguimento a Jesus de Nazaré (DA 129, 131).
b) Fazer discípulos de Jesus todos os povos (DA 364). Fazer de cada cristão um discípulo missionário (DA 362).
c) Proclamar o Evangelho de Jesus Cristo e, n´Ele, a boa nova da dignidade humana, da vida, da família, do trabalho, da ciência e da solidariedade com a criação (DA 103).
d) Anunciar o Evangelho do Reino a todas as nações (DA 144).
Isso significa trabalhar pela justiça social (DA 384), pela dignidade humana (DA 387). É fazer decididamente a opção preferencial pelos pobres e excluídos (DA 391). É compromisso pela promoção humana integral (DA 399-405), pela globalização da solidariedade e justiça internacional (DA 406). É promover uma valiosa ação renovadora das paróquias e das dioceses, para que sejam missionárias, e se transformem em uma rede de pequenas comunidades eclesiais (DA 170, 172, 173). Que sejam “comunidades de discípulos missionários ao redor de Jesus Cristo, Mestre e Pastor” (DA 368). O modelo referencial está nas primeiras comunidades cristãs (DA 369).

Os sujeitos da missão.
São todos os batizados. De fato, ser batizado é ser cristão e ser cristão significa tornar-se discípulo de Jesus Cristo: “Todo discípulo é missionário” (DA 144). O ser missionário faz parte da natureza do ser cristão: “Discipulado e missão são como as duas faces da mesma moeda” (DA 146). Não dá pra ser discípulo sem ser missionário e vice-versa. O discipulado e a missão são a marca registrada do documento de Aparecida.

Os destinatários da missão.
Todos os povos, desde as pessoas que moram perto até os que vivem nos países mais distantes: “A missão do anúncio da Boa Nova de Jesus Cristo tem destinação universal” (DA 380). A questão não é só geográfica, a missão “quer atingir todos os campos sócio-culturais, sobretudo os corações” (DA 375). “A renovação missionária das paróquias está exigindo de nós imaginação e criatividade para chegar às multidões que desejam o Evangelho de Jesus Cristo. Particularmente no mundo urbano” (DA 173). Para isso é preciso que haja “discípulos missionários sem fronteiras, dispostos a ir ‘à outra margem’” (DA 376). “Somos Igrejas pobres, mas ‘devemos dar a partir de nossa pobreza e a partir da alegria de nossa fé”’(DA 379, citando Puebla).

Pe. Luis Mosconi

IMPORTÂNCIA DAS VISITAS
- Jesus visitava o povo
- Suas visitas eram marcadas pela situação concreta das pessoas
- Eram orientadas pelo sonho da vida plena...

A importância de viver bem a SEMANA MISSIONÁRIA
* Importância dos GESTOS
* Importância dos SÍMBOLOS
* O cuidado com a LITURGIA, as CELEBRAÇÕES...
* O Sacramento da CONFISSÃO
* O Sacramento da EUCARISTIA
* O Serviço do ACONSELHAMENTO

COMO DEVEM ACONTECER AS VISITAS MISSIONÁRIAS
A visita é uma questão de amor. Quem ama de verdade toma a iniciativa missionária e vai. Vai visitar e partilhar a alegria de sua fé. Vai viver a vida de comunhão, de fraternidade numa comunidade de irmãos.
Visitar as famílias é continuar o projeto de Deus. É colocar o humano em contato com o divino e vice-versa, vivendo a relação de comunhão à imagem da Trindade Santa.
A visita é sempre uma oportunidade de escutar o que os outros têm a dizer como forma de construir a verdadeira partilha (cf. Lc 24,13-33).
A visita é sempre um ir à casa dos irmãos e irmãs em nome de Deus (cf. Mt 26,17-19) com amor, carinho e afeto. É buscar juntos uma maneira nova de ser, viver e conviver. São Paulo, pela visita de Ananias, recupera a vista e descobre um novo objetivo em sua vida (cf. At 9,10-19).
As visitas às famílias serão realizadas com maior sucesso se forem precedidas de alguns encontros com os visitadores e com eles forem trabalhados os aspectos que as envolvem. Mas como todo o projeto das Santas Missões Populares, as visitas não poderão ser reduzidas à mera técnica. Faz-se necessário dar aos visitadores uma forte motivação bíblico-teológica. Em outras palavras, é preciso refletir com eles a espiritualidade que envolve o fato de adentrar a casa de alguém para levar-lhe a paz de Jesus. Conforme a comunidade, as visitas poderão ser precedidas, por exemplo, de um retiro espiritual. Antes da missão, a oração!

OBJETIVO DAS VISITAS
- Sondar, investigar os sinais do Espírito presentes na realidade a ser visitada;
- Criar condições para que as pessoas se manifestem, revelando suas vidas e, assim, promover os valores que estão nas pessoas;
- Valorizar a cultura dos diferentes grupos detectados nas visitas;
- Viver, na doação de si mesmo e na gratuidade evangélica, o autêntico espírito missionário;
- Conhecer a realidade das famílias e instituições;
- Ouvir as necessidades e esperanças das pessoas;
- Levar o Evangelho, com destaque ao serviço e à prática da misericórdia;
- Colocar a serviço das pessoas o que a comunidade tem para oferecer;
- Criar laços de amizade, canal de futuros engajamentos evangelizadores;
- Criar clima de união entre os moradores de uma rua, prédio, quadra, vila;
- Lançar as sementes de futuros grupos de reflexão, círculos bíblicos;
- Descobrir novas lideranças, despertar vocações.

QUEM DEVE FAZER AS VISITAS MISSIONÁRIAS?
Todas as pessoas (idosos, adultos, jovens e crianças) motivadas e preparadas para este ministério das visitas missionárias, mesmo que já atuem em outras pastorais ou movimentos e queiram ampliar sua ação;
Os agentes de pastoral, inclusive os padres, religiosos e religiosas que se preparam para esse ministério.

QUALIDADES ESSENCIAIS DOS VISITADORES
- Ser uma pessoa equilibrada, discreta e simpática.
- Ter uma vida cristã participativa na comunidade.
- Ter espírito de oração e doação.
- Ser pessoa estimada e otimista.
- Ter conhecimento da Doutrina Cristã e da Bíblia.
- Conhecer e amar a Igreja.
- Saber trabalhar em equipe.
- Conhecer os trabalhos e os recursos da diocese, paróquia e comunidade que poderão ser apresentados aos visitados.
- Conhecer os fundamentos bíblicos das visitas.
- Ser discreto e ter capacidade para manter a mais completa discrição sobre o que ficar sabendo nas visita.
- Ter o mínimo de perspicácia para perceber quando está ajudando e quando está se tornando inoportuno.
- Ter o carinho do “Bom Pastor”, sendo acolhedora e compreensiva.
- Saber dialogar e respeitar as diferenças.
- Saber escutar com paciência as críticas e esclarecer os possíveis mal-entendidos.
- Ouvir mais que falar.
- Ser simples e claro.
- Adaptar-se aos horários das pessoas.

POSTURA DOS VISITADORES
Na medida do possível, entrar em todas as casas onde houver acolhimento;
Observar bem o ambiente para saber como agir;
Em caso de situações mais difíceis (doença, fome, conflitos ...), fazer o que estiver ao alcance e tentar envolver também os vizinhos, criando assim uma corrente de solidariedade;
Se encontrar casas fechadas, voltar depois ou deixar o recado com os vizinhos;
Entrar nos bares, lojas, escritórios, bancos... se houver condições, dando uma mensagem ou, pelo menos, abrir o convite para os encontros, orações, celebrações;
Entrar nas casas de pessoas de outras igrejas ou grupos religiosos, se houver condições favoráveis e acolhimento, procurando sempre evitar conflitos desnecessários;
Nunca perder de vista que os missionários/as são mensageiros da paz, da justiça e testemunhas do amor de Jesus;
Criar atitudes de diálogo, de entrosamento, de solidariedade;
Onde for possível, ler um trecho da Bíblia, entoar um canto, fazer uma oração, dar uma bênção...
Se a comunidade julgar conveniente, os visitadores poderão ter alguma identificação: camiseta, cruz, Bíblia. Não se esquecer, porém, que o que mais identifica um visitador cristão é a sua atitude.

O QUE E A QUEM DEVEMOS VISITAR?
A todas as famílias e instituições como escolas, fábricas, sociedades de amigos do bairro, igrejas de outras confissões, hospitais, centros comerciais, mercados...
De modo preferencial, a todos os que passam por momentos difíceis como os doentes, os desempregados, os enlutados, os que vivem solitários, os portadores de câncer, as pessoas que estão na prostituição, os marginalizados, os presos, os sofredores de rua...
As famílias que estão vivendo momentos importantes como espera e o nascimento de um bebê ou celebram bodas, noivados, casa nova...

OUTRAS FORMAS DE VISITAS MISSIONÁRIAS
- Entre as Pastorais e Movimentos e Equipes de Serviços
Dois a dois cada pastoral visitará um grupo na comunidade (Ex. um grupo que tem 12 pessoas, formará 6 duplas, que visitarão grupos diferentes)
- Entre as Comunidades
Uma comunidade poderá visitar a outra
- Entre uma pastoral ou movimento específico visitará famílias
Ex.: A equipe do dízimo poderá visitar algumas famílias dizimistas; duplas de catequistas poderão visitar famílias de catequisandos; ministros da eucaristia e pastoral dos enfermos visitar os enfermos; etc.
Poderão ainda escolher famílias, escolas, entidades, presídios, hospitais, etc.
- Semana Missionária – 21 a 28 de outubro
- Escolher a área visitada e juntos, todos os missionários e missionárias, sairão dois a dois e visitarão casa por casa na quadra pré estabelecida (mutirão missionário)

ORGANIZANDO A SEMANA

I – ANTES
Convocar uma reunião com as lideranças – CCP/CPP
Formar uma Equipe Paroquial para pensar – organizar a Semana Missionária
Convocar os missionários e as missionárias
Marcar e organizar um encontro preparatório de formação para os/as missionários/as
Mapear o território onde serão realizadas as missões (visitas)
A comunidade poderá preparar um folder, cartão, cartaz, um sinal sensível, contendo: o endereço da comunidade e os horários de celebrações e outras funções comunitárias; uma relação de programas católicos nas rádios e TVs; uma relação de revistas e jornais católicos; oração pelas famílias;
- se a família manifestar-se favorável, os visitadores poderão benzer a casa e as pessoas, deixando uma lembrança.
Planejar e organizar a Celebração de Envio
Definir (por afinidade, sorteio) as duplas missionárias
Esclarecer sobre o papel e a função/objetivo das visitas (o que deve fazer durante a visita)
Cada Pastoral, Movimento ou Equipe de Serviço durante o período da Semana Missionária deverão adaptar suas atividades visando a integração e a participação de seus membros nesta missão. Será uma semana de olhar para fora das salas, salões e igrejas, ir ao encontro das pessoas, das famílias.
Priorizar locais onde se visita pouco: hospitais, asilos, creches, presídios
Procurar saber se naquela reunião (quadra próxima) tem Pequenas Comunidade Cristãs que fazem encontros nas casas, quem é o (a) animador (a).

II – DURANTE
Durante a semana missionária, nenhuma atividade paralela poderá acontecer na paróquia. As pastorais e movimentos não deveriam se reunir na igreja, salas, salões. Todos deverão estar empenhados nesta missão.
Sugestão para visita e bênção das casas
Cada missionário/a organize-se conforme a situação e costume do lugar. Sempre o ideal é ser no mesmo horário dos demais missionários. Mas nada impeça que aconteça durante a semana. É bom que todos se encontrarem num local próprio, central, faça uma oração juntos depois saem em missão – valorize a comunhão e a unidade.
Obs.: Anotar as dúvidas ou situações que mereça ser levado a instâncias superiores;
Convidar para participar da Comunidade ou caso tenha uma Celebração de Encerramento
O importante são as atitudes. O esquema pode ser o seguinte:
Saudação
Partilha da vida
Clima de oração
Leitura da Palavra de Deus
Oração
Bênção da casa.

Ao ser recebido na porta (portão), identificar-se e dizer em poucas palavras, e com bondade, o sentido da visita.

1- Se convidados a entrar, saudar os que estão na casa, um por um. Procurar gravar o nome das pessoas. Criar um clima espontâneo, aberto. Ter postura humilde, de respeito e atenção.

2- Recordação da vida com partilha de notícias pessoais, familiares, locais, nacionais, mundiais, conforme o interesse. Falar do trabalho missionário que estão fazendo; do por que e dos objetivos. Saber escutar, valorizar opiniões diferentes, visando sempre à construção de relações fraternas e transformadoras.

3- Quando possível, criar um clima de oração. Mostrar a beleza da oração e da bênção das casas. É a visita de Deus ao seu povo querido.

4- Pode-se orar da seguinte maneira: “Em nome do Pai... A graça e a Paz da Trindade Santa estejam com os que moram nesta casa”.

5- Momento de silêncio e pequena oração:
“Ó Deus, Pai de todos nós, aqui estamos na casa de .......
Que a nossa visita seja um sinal da Vossa presença.
Ajudai-nos a ter um coração aberto, para sentir e ouvir vossa santa vontade.
Por Cristo Nosso Senhor. Amém”.

6- Leitura de algum texto do Evangelho, conforme o evangelho do ano litúrgico (Mateus) ou as circunstâncias (por exemplo, lembrar alguma visita de Jesus:
Lc 19,1-10; Lc 10,38-42; Mc 1,29-31; Mt 9,9-13; Jo 3,1-8).
Pequeno comentário partilhado:
O que está nos dizendo esse texto?
Quais as luzes e apelos?

7- Oração espontânea.

8- Oração da bênção. Estender as mãos sobre os que moram na casa.
Oremos
Pai santo, abençoai os que moram nesta casa e os que aqui chegarem.
Acompanhai-os quando saem de casa; que eles voltam guiados pela vossa mão.
Que esta casa seja acolhedora, aberta e aconchegante.
Que a vossa bênção traga paz, vida, saúde e perdão aos seus moradores.
Que reine e cresça o amor entre nós, e que um dia cheguemos todos à morada eterna. Por Cristo Nosso Senhor. Amém.

9- Asperge água benta nos cômodos da casa.

10- Pai-Nosso. Abraços. Pode-se fazer algum convite: Fazer parte de um grupo de pequenas comunidades na quadra onde mora, começando já pela Novena de Natal, convidando para o encerramento.


Sugestões de bênçãos

Benção da água
Senhor, nosso Deus, dignai – vos abençoar esta água, criatura vossa, que será aspergida sobre nós, para que seja um sinal da vossa graça, recordando a água do batismo. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!

Benção da casa (I)
Senhor Jesus Cristo, fazei entrar em nossa casa a felicidade sem fim, a alegria serena, a Caridade benfazeja, a saúde duradoura e o amor que santifica.
Retirem – se todos os males e que a paz reine em nossos corações. Desapareça de nossa casa a discórdia, os ciúmes e a falta de amor.
Manifestai, Senhor, o poder de vosso nome e abençoai esta casa. Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém! (aspergir a casa com água benta).

Benção de casa (II)
Bendito sejais, Deus, nosso Pai, por esta casa que concedeis para habitação desta família. Que a vossa benção permaneça sobre ela e que o vosso Espírito Santo penetre os corações e as vidas de seus moradores, fazendo – os arder em amor por vós e pelo próximo. Que todas as pessoas, que por aqui passarem, encontrem o acolhimento da bondade, do amor e da paz que vem de vós. Nós vo-lo pedimos por Jesus Cristo, vosso Filho e nosso irmão, na unidade do Espírito Santo. Amém! (aspergir a casa com água benta).

Benção de pessoa enferma
Senhor nosso Deus, que enviastes o vosso Filho ao mundo para carregar as nossas enfermidades e levar sobre si as nossas dores, nós vos suplicamos por estes vossos filhos enfermos, para que, com a paciência fortalecida e a esperança renovada, superem a doença por vossa benção e voltem a gozar saúde por vossa ajuda. Por Cristo, nosso Senhor. Amém!

Benção de criança enferma
Pai das misericórdias e Deus de toda consolação, que vos dignais velar com piedade pelas vossas criaturas e dais a todos saúde de corpo e de alma, livrai da enfermidade estas crianças, a fim de que, por todos os dias da vida, crescendo em graça e sabedoria diante de vós e dos homens, vos sirvam em justiça e santidade e rendam graças à vossa misericórdia. Por Cristo, nosso Senhor. Amém!

Benção de pessoa idosa
Senhor Deus de amor, que transmitistes a estes vossos filhos longa vida, dignai-vos comunicar – lhes vossa benção. Que eles vos sintam sempre a seu lado. Olhando para o passado, alegrem – se com vossa misericórdia, e vendo o futuro, perseverem na santa esperança. Por Cristo, nosso Senhor. Amém!

Benção da família
Ó Deus, criador e misericordioso salvador do vosso povo, vós quisestes fazer da família, constituída pela aliança nupcial, o sacramento de Cristo e da Igreja; derramai copiosa benção sobre esta família, reunida em vosso nome, a fim de que os que vivem num só amor possam, com fervor e constância na oração, ajudar-se uns aos outros em todas as necessidades da vida e mostrar sua fé pela palavra e pelo exemplo. Por Cristo, nosso Senhor. Amém!

Benção geral
“O Senhor nos abençoe. Encha nossos pés de danças nossos braços de força. Cumule nossos corações de ternura e nossos olhos de alegria. Povoe nossos ouvidos de música e nosso nariz de perfume. Inunde nossa boca de júbilo e nossa alma de prazer. Conceda-nos os dons do deserto: silêncio, água pura e confiança. Infunda, sem cessar em nós nova energia para dar rosto à esperança. O Senhor nos abençoe”.

III – DEPOIS
Avaliação e partilha da pós-visita
Necessidades manifestas pelas pessoas visitadas;
Expectativas das pessoas visitadas em relação ao bairro, à comunidade e à religião;
Partilhar em grupo ou em comunidade as experiências das visitas, sem nunca entrar em detalhes sobre a vida dos visitados, dando atenção aos seguintes pontos:
- Dados positivos percebidos;
- O que deu certo e o que não foi tão bom;
- O que se pode fazer para melhorar.
- Encaminhar para soluções de algumas situações encontradas durante as visitas

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

LITURGIA: 27° DOMINGO DO TEMPO COMUM - B (07/10)

Tema do 27º Domingo do Tempo Comum 
As leituras do 27º Domingo do Tempo Comum apresentam, como tema principal, o projeto ideal de Deus para o homem e para a mulher: formar uma comunidade de amor, estável e indissolúvel, que os ajude mutuamente a realizarem-se e a serem felizes. Esse amor, feito doação e entrega, será para o mundo um reflexo do amor de Deus.
A primeira leitura diz-nos que Deus criou o homem e a mulher para se completarem, para se ajudarem, para se amarem. Unidos pelo amor, o homem e a mulher formarão “uma só carne”. Ser “uma só carne” implica viverem em comunhão total um com o outro, dando-se um ao outro, partilhando a vida um com o outro, unidos por um amor que é mais forte do que qualquer outro vínculo.
No Evangelho, Jesus, confrontado com a Lei judaica do divórcio, reafirma o projeto ideal de Deus para o homem e para a mulher: eles foram chamados a formar uma comunidade estável e indissolúvel de amor, de partilha e de doação. A separação não está prevista no projeto ideal de Deus, pois Deus não considera um amor que não seja total e duradouro. Só o amor eterno, expresso num compromisso indissolúvel, respeita o projeto primordial de Deus para o homem e para a mulher.
A segunda leitura lembra-nos a “qualidade” do amor de Deus pelos homens… Deus amou de tal forma os homens que enviou ao mundo o seu Filho único “em proveito de todos”. Jesus, o Filho, solidarizou-Se com os homens, partilhou a debilidade dos homens e, cumprindo o projeto do Pai, aceitou morrer na cruz para dizer aos homens que a vida verdadeira está no amor que se dá até às últimas consequências. Ligando o texto da Carta aos Hebreus com o tema principal da liturgia deste domingo, podemos dizer que o casal cristão deve testemunhar, com a sua doação sem limites e com a sua entrega total, o amor de Deus pela humanidade. 

LEITURA I – Gn 2,18-24 
Leitura do Livro do Génesis 
Disse o Senhor Deus:
«Não é bom que o homem esteja só:
vou dar-lhe uma auxiliar semelhante a ele».
Então o Senhor Deus, depois de ter formado da terra
todos os animais do campo e todas as aves do céu,
conduziu-os até junto do homem,
para ver como ele os chamaria,
a fim de que todos os seres vivos fossem conhecidos
pelo nome que o homem lhes desse.
O homem chamou pelos seus nomes
todos os animais domésticos, todas as aves do céu
e todos os animais do campo.
Mas não encontrou uma auxiliar semelhante a ele.
Então o Senhor Deus fez descer sobre o homem
um sono profundo
e, enquanto ele dormia, tirou-lhe uma costela,
fazendo crescer a carne em seu lugar.
Da costela do homem o Senhor Deus formou a mulher
e apresentou-a ao homem.
Ao vê-la, o homem exclamou:
«Esta é realmente osso dos meus ossos e a minha carne.
Chamar-se-á mulher, porque foi tirada do homem».
Por isso, o homem deixará pai e mãe,
para se unir à sua esposa,
e os dois serão uma só carne. 

AMBIENTE 
O texto de Gn 2,4b-3,24 – conhecido como relato jahwista da criação – é, de acordo com a maioria dos comentadores, um texto do séc. X a.C., que deve ter aparecido em Judá na época do rei Salomão. Apresenta-se num estilo exuberante, colorido, pitoresco. Parece ser obra de um catequista popular, que ensina recorrendo a imagens sugestivas, coloridas e fortes. Não podemos, de forma nenhuma, ver neste texto uma reportagem jornalística de acontecimentos passados na aurora da humanidade. A finalidade do autor não é científica ou histórica, mas teológica: mais do que ensinar como o mundo e o homem apareceram, ele quer dizer-nos que na origem da vida e do homem está Jahwéh. Trata-se, portanto, de uma página de catequese e não de um tratado destinado a explicar cientificamente as origens do mundo e da vida.
Para apresentar essa catequese aos homens do séc. X a.C., os teólogos jahwistas utilizaram elementos simbólicos e literários das cosmogonias mesopotâmicas (por exemplo, a formação do homem “do pó da terra” é um elemento que aparece sempre nos mitos de origem mesopotâmicos); no entanto, transformaram e adaptaram os símbolos retirados das narrações lendárias de outros povos, dando-lhes um novo enquadramento, uma nova interpretação e pondo-os ao serviço da catequese e da fé de Israel. Ou seja: a linguagem e a apresentação literária das narrações bíblicas da criação apresentam paralelos significativos com os mitos de origem dos povos da zona do Crescente Fértil; mas as conclusões teológicas – sobretudo o ensinamento sobre Deus e sobre o lugar que o homem ocupa no projeto de Deus – são muito diferentes.
O texto que nos é hoje proposto como primeira leitura situa-nos no “jardim do Éden”, um espaço ideal onde Deus colocou o homem que criou, um ambiente de felicidade material onde todas as exigências da vida humana estavam satisfeitas. É um lugar de água abundante e com muitas árvores (para quem sentia pesar sobre si a ameaça do deserto árido, o ideia de felicidade seria um lugar com muita água, um clima de frescura, um ambiente de árvores e de verdura abundante). O homem tinha, então, tudo para ser feliz? Ainda não. Na perspectiva do catequista jahwista, o homem não estava plenamente realizado, pois faltava-lhe alguém com quem compartilhar a vida e a felicidade. O homem não foi criado para viver sozinho, mas para viver em relação. É esse problema que Deus, com solicitude e amor, vai resolver… 

MENSAGEM 
Depois de criar o homem e de o colocar no “jardim” da felicidade, Deus constatou a solidão do homem e quis dar-lhe solução. Como?
Num primeiro momento, Deus fez desfilar diante do homem “todos os animais do campo e todas as aves do céu”, a fim de que o homem os chamasse “pelos seus nomes” (vers. 19). Segundo as ideias vigentes no Médio Oriente antigo, o fato de “dar um nome” era, antes de mais, um ato de domínio e de posse. Por outro lado, o fato de Deus ter trazido os animais para que o homem lhes desse um nome era, na perspectiva do catequista jahwista, o reconhecimento por parte de Deus da autonomia do homem e a associação do homem à obra criadora e ordenadora de Deus. A autoridade sobre os outros seres criados e a associação do homem à obra criadora de Deus responderá ao desejo de felicidade completa que o homem sente e resolverá o problema da sua solidão? Não. O homem não encontrou, nesse mundo animal que Deus lhe confiou, “uma auxiliar semelhante a ele” (vers. 20). Por muito rico e desafiador que fosse esse mundo novo que lhe foi apresentado, o homem não encontrou aí a ajuda e o complemento que esperava. Para que o homem se realize completamente, Deus vai intervir de novo.
A nova ação de Deus começa com um “sono profundo” do homem. Depois, Deus, atuando como um hábil cirurgião, tirou parte do corpo do homem (o texto fala da “zela'“, que se tem traduzido como “costela”; contudo, a palavra pode significar “lado” ou “costado”) e com ela fez a mulher (vers. 21-22). Porquê o “sono profundo” do homem”? Porque, de acordo com a concepção do autor jahwista, criar era segredo de Deus e o homem não podia testemunhar esse momento solene e misterioso; restava-lhe admirar a criação de Deus e adorá-l’O pelas suas obras admiráveis… Depois de ter “construído” a mulher, Jahwéh acompanha-a à presença do homem. A mulher é aqui apresentada como uma noiva conduzida à presença do noivo e Deus como o “padrinho” desse noivado. O homem, desperto do “sono profundo”, acolhe a mulher com um grito de alegria e reconhece-a como a companhia que lhe fazia falta, o seu complemento, o seu outro eu: “Esta é realmente osso dos meus ossos e carne da minha carne” (vers. 23a). O homem (vers. 23b) dá à sua companheira o nome de “mulher” (em hebraico: 'ishah) porque foi tirada do homem (em hebraico: 'ish). A proximidade das duas palavras sugere a proximidade entre o homem e a mulher, a sua igualdade fundamental em dignidade, a sua complementaridade, o seu parentesco.
O nosso texto termina com um comentário que não é de Deus, nem do homem, nem da mulher, mas do catequista jahwista: “por isso, o homem deixará pai e mãe para se unir à sua esposa, e os dois serão uma só carne” (vers. 24). Este comentário pretende ser a resposta a uma questão bem concreta: de onde vem essa força poderosa que é o amor e que é mais forte do que o vínculo que nos liga aos próprios pais? Para o catequista jahwista, o amor vem de Deus, que fez o homem e a mulher de uma só carne; por isso, homem e mulher buscam essa unidade e estão destinados, fatalmente, a viver em comunhão um com o outro. 

ATUALIZAÇÃO 
• “Não é bom que o homem esteja só”. Estas palavras, postas pelo autor jahwista na boca de Deus, sugerem que a realização plena do homem acontece na relação e não na solidão. O homem que vive fechado em si próprio, que escolhe percorrer caminhos de egoísmo e de auto-suficiência, que recusa o diálogo e a comunhão com aqueles que caminham a seu lado, que tem o coração fechado ao amor e à partilha, é um homem profundamente infeliz, que nunca conhecerá a felicidade plena. Por vezes a preocupação com o dinheiro, com a realização profissional, com o estatuto social, com o êxito levam os homens a prescindir do amor, a renunciar à família, a não ter tempo para os amigos… E um dia, depois de terem acumulado muito dinheiro ou de terem chegado à presidência da empresa, constatam que estão sozinhos e que a sua vida é estéril e vazia. A Palavra de Deus que nos é hoje proposta deixa um aviso claro: a vocação do homem é o amor; a solidão, mesmo quando compensada pela abundância de bens materiais, é um caminho de infelicidade. 
• Por vezes, certos círculos religiosos mais fechados desvalorizam o amor humano, consideram o casamento como um estado inferior de realização da vocação cristã e vêem na sexualidade algo de pecaminoso. Não é esta a perspectiva que a Palavra de Deus nos apresenta… No nosso texto, o amor aparece como algo que está, desde sempre, inscrito no projeto de Deus e que é querido por Deus. Deus criou o homem e a mulher para se ajudarem mutuamente e para partilharem, no amor, as suas vidas. É no amor e não na solidão que o homem encontra a sua realização plena e o sentido para a sua existência. 
• Homem e mulher são, de acordo com o nosso texto, iguais em dignidade. Eles são “da mesma carne”, em igualdade de ser, partícipes do mesmo destino; completam-se um ao outro e ajudam-se mutuamente a atingir a realização. São, portanto, iguais em dignidade. Esta realidade exige que homem e mulher se respeitem absolutamente um ao outro; e exclui, naturalmente, qualquer atitude que signifique dominação, escravidão, prepotência, uso egoísta do outro. 

SALMO RESPONSORIAL – Salmo 127 (128) 
Refrão: O Senhor nos abençoe em toda a nossa vida. 

Feliz de ti que temes o Senhor
e andas nos seus caminhos.
Comerás do trabalho das tuas mãos,
serás feliz e tudo te correrá bem. 

Tua esposa será como videira fecunda
no íntimo do teu lar;
teus filhos como ramos de oliveira,
ao redor da tua mesa. 

Assim será abençoado o homem que teme o Senhor.
De Sião o Senhor te abençoe:
vejas a prosperidade de Jerusalém todos os dias da tua vida;
e possas ver os filhos dos teus filhos. Paz a Israel. 

LEITURA II – Heb 2,9-11 
Leitura da Epístola aos hebreus 
Irmãos:
Jesus, que, por um pouco, foi inferior aos Anjos,
vemo-l’O agora coroado de glória e de honra
por causa da morte que sofreu,
pois era necessário que, pela graça de Deus,
experimentasse a morte em proveito de todos.
Convinha, na verdade, que Deus,
origem e fim de todas as coisas,
querendo conduzir muitos filhos para a sua glória,
levasse à glória perfeita, pelo sofrimento,
o Autor da salvação.
Pois Aquele que santifica e os que são santificados
procedam todos de um só.
Por isso não Se envergonha de lhes chamar irmãos. 

AMBIENTE 
A Carta aos Hebreus é um sermão de um autor cristão anônimo, provavelmente elaborado nos anos que antecederam a destruição do Templo de Jerusalém (ano 70). Destina-se a comunidades cristãs não identificadas (o título “aos hebreus” foi-lhe colado posteriormente e provém das múltiplas referências ao Antigo Testamento e ao ritual dos “sacrifícios” que a obra apresenta). Trata-se, em qualquer caso, de comunidades cristãs em situação difícil, expostas a perseguições e que vivem num ambiente hostil à fé… Os membros dessas comunidades perderam já o fervor inicial pelo Evangelho, deixaram-se contaminar pelo desânimo e começam a ceder à sedução de certas doutrinas não muito coerentes com a fé recebida dos apóstolos… O objetivo do autor deste “discurso” é estimular a vivência do compromisso cristão e levar os crentes a crescer na fé.
A Carta aos Hebreus apresenta – recorrendo à linguagem da teologia judaica – o mistério de Cristo, o sacerdote por excelência – através de quem os homens têm acesso livre a Deus e são inseridos na comunhão real e definitiva com Deus. O autor aproveita, na sequência, para refletir nas implicações desse fato: postos em relação com o Pai por Cristo/sacerdote, os crentes são inseridos nesse Povo sacerdotal que é a comunidade cristã e devem fazer da sua vida um contínuo sacrifício de louvor, de entrega e de amor. Desta forma, o autor oferece aos cristãos um aprofundamento e uma ampliação da fé primitiva, capaz de revitalizar a sua experiência de fé, enfraquecida pela acomodação e pela perseguição.
O texto que nos é proposto está incluído na primeira parte da Carta (cf. Heb 1,5-2,18). Aí, o autor recolhe e repete aquilo que a catequese primitiva afirmava sobre o mistério de Cristo: a sua encarnação, a sua paixão e morte, a sua glorificação pela ressurreição. Ao longo destes dois capítulos, o autor vai afirmando a superioridade de Jesus em relação a todas as criaturas, nomeadamente em relação aos anjos. 

MENSAGEM 
Jesus aceitou despojar-se das suas prerrogativas divinas e fazer-se “por um pouco, inferior aos anjos” a fim de que, pelo dom da sua vida até à morte, se cumprisse o projeto salvador do Pai para os homens (vers. 9).
Depois desta afirmação de princípio, o autor da Carta aos Hebreus vai aprofundar a sua reflexão e explicar porque é que Jesus teve que passar pela humilhação da cruz (a explicação é bem mais longa do que a leitura que nos é proposta e vai do versículo 10 ao versículo 18).
A questão da paixão e morte de Cristo era uma “conveniência” do projeto de salvação que Deus tinha para o homem (“convinha” – vers. 10). O que é que isso significa? O objetivo de Deus é que o homem cresça até chegar à vida plena. Ora, para fazer com que a humanidade atinja esse fim, Deus deu-lhe um guia – Jesus Cristo. Ele devia mostrar, com a sua vida e o seu exemplo, que se chega à plenitude da vida cumprindo integralmente a vontade do Pai e fazendo da existência um dom de amor aos irmãos. A cruz foi a expressão máxima e total dessa vida de entrega aos desígnios de Deus e de doação aos irmãos. Morrendo por amor, Jesus ensinou aos homens como é que eles devem viver, qual o caminho que eles devem percorrer, a fim de chegarem à plenitude da vida, à felicidade sem fim; morrendo por amor e ressuscitando logo a seguir para a vida plena, Jesus libertou os homens do medo paralisante da morte e mostrou-lhes que a morte não é o fim da linha para quem vive na entrega a Deus e na doação aos irmãos.
Ao assumir a natureza humana, ao fazer-Se solidário com os homens, ao fazer-Se irmão dos homens, Cristo (Aquele que santifica) inseriu os homens (os que são santificados) na órbita de Deus e mostrou-lhes o caminho a seguir para integrar a família de Deus (vers. 11). 

ATUALIZAÇÃO 
• A incarnação, paixão e morte de Jesus atestam, antes de mais, o incrível amor de Deus pelos homens. É o amor de alguém que enviou o próprio Filho para fazer da sua vida um dom, até à morte na cruz, a fim de mostrar aos homens o caminho da vida plena e definitiva. Trata-se de uma realidade que a Palavra de Deus nos recorda cada domingo; e trata-se de uma realidade que não deve cessar de nos espantar e de nos levar à gratidão e ao amor. 
• A atitude de aceitação incondicional do projeto do Pai assumida por Cristo contrasta com o egoísmo e a auto-suficiência de Adão face às propostas de Deus. A obediência de Cristo trouxe vida plena ao homem; a desobediência de Adão trouxe sofrimento e morte à humanidade. O exemplo de Cristo convida-nos a viver na escuta atenta e na obediência radical às propostas de Deus: esse caminho é gerador de vida verdadeira. Quando o homem prescinde de Deus e das suas propostas e decide que é ele quem define o caminho a seguir, fatalmente resvala para projetos de ambição, de orgulho, de injustiça, de morte; quando o homem escuta e acolhe os desafios de Deus, aprende a amar, a partilhar, a servir, a perdoar e torna-se uma fonte de bênção para todos aqueles que caminham ao seu lado. 
• Jesus fez-Se homem, enfrentou a condição de debilidade dos homens e morreu na cruz. No entanto, a sua glorificação mostrou que a morte não é o final do caminho para quem faz da vida uma escuta atenta dos planos de Deus e uma doação de amor aos irmãos. Dessa forma, Ele libertou os homens do medo da morte. Agora, podemos enfrentar a injustiça, a opressão, as forças do mal que oprimem os homens, sem medo de morrer: sabemos que quem vive como Jesus não fica prisioneiro da morte, mas está destinado à vida verdadeira e eterna. 

ALELUIA – 1 Jo 4,12 
Aleluia. Aleluia. 

Se nos amamos uns aos outros, Deus permanece em nós
e o seu amor em nós é perfeito. 

EVANGELHO – Mc 10,2-16 
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos 
Naquele tempo,
Aproximaram-se de Jesus uns fariseus para O porem à prova
e perguntaram-Lhe:
«Pode um homem repudiar a sua mulher?»
Jesus disse-lhes:
«Que vos ordenou Moisés?»
Eles responderam:
«Moisés permitiu que se passasse um certificado de divórcio,
para se repudiar a mulher».
Jesus disse-lhes:
«Foi por causa da dureza do vosso coração
que ele vos deixou essa lei.
Mas, no princípio da criação, ‘Deus fê-los homem e mulher.
Por isso, o homem deixará pai e mãe para se unir à sua esposa,
e os dois serão uma só carne’.
Deste modo, já não são dois, mas uma só carne.
Portanto, não separe o homem o que Deus uniu».
Em casa, os discípulos interrogaram-n’O de novo
sobre este assunto.
Jesus disse-lhes então:
«Quem repudiar a sua mulher e casar com outra,
comete adultério contra a primeira.
E se a mulher repudiar o seu marido e casar com outro,
comete adultério». 
Apresentaram a Jesus umas crianças
para que Ele lhes tocasse,
mas os discípulos afastavam-nas.
Jesus, ao ver isto, indignou-Se e disse-lhes:
«Deixai vir a Mim as criancinhas, não as estorveis:
dos que são como elas é o reino de Deus.
Em verdade vos digo:
Quem não acolher o reino de Deus como uma criança,
não entrará nele».
E, abraçando-as, começou a abençoá-las,
impondo a mão sobre elas. 

AMBIENTE 
Despedindo-se definitivamente da Galileia, Jesus continua o seu caminho para Jerusalém, ao encontro do seu destino final. O episódio de hoje situa-nos “na região da Judeia, para além do Jordão” (vers. 1) – isto é, no território transjordânico da Pereia, território governado por Herodes Antipas, o mesmo que havia assassinado João Batista quando este o criticou por haver abandonado a sua esposa legítima. Aí, Jesus volta a confrontar-Se com as multidões e a dirigir-lhes os seus ensinamentos. Os discípulos, contudo, continuam a rodear Jesus e a beneficiar de uma instrução especial.
Entram de novo em cena os fariseus, não para escutar as suas propostas, mas para O experimentar e para Lhe apanhar uma declaração comprometedora. São esses fanáticos da Lei que vão proporcionar a Jesus a oportunidade de Se pronunciar sobre uma questão delicada e comprometedora: o matrimónio e o divórcio.
Tratava-se, na realidade, de uma questão “quente” e não totalmente consensual nas discussões dos “mestres” de Israel. A Lei de Israel permitia o divórcio (“quando um homem tomar uma mulher e a desposar, se depois ela deixar de lhe agradar, por ter descoberto nela algo de inconveniente, escrever-lhe-á um documento de divórcio, entregar-lho-á em mão e despedi-la-á de sua casa” – Dt 24,1); mas não era totalmente clara acerca das razões que poderiam fundamentar a rejeição da mulher pelo marido. Na época de Jesus, as duas grandes escolas teológicas do tempo divergiam na interpretação da Lei do divórcio. A escola de Hillel ensinava que qualquer motivo, mesmo o mais fútil (porque a esposa cozinhava mal ou porque o marido gostava mais de outra), servia para o homem despedir a mulher; a escola de Shammai, mais rigorosa, defendia que só uma razão muito grave (o adultério ou a má conduta da mulher) dava ao marido o direito de repudiar a sua esposa. A mulher, por sua vez, era autorizada a obter o divórcio em tribunal somente no caso de o marido estar afetado pela lepra ou exercer um ofício repugnante.
É nesta discussão de contornos pouco claros que os fariseus procuram envolver Jesus. Uma resposta negativa por parte de Jesus seria, certamente, interpretada como uma condenação do matrimónio de Herodes Antipas com Herodíades, a sua cunhada. A pergunta dos fariseus insere-se, provavelmente, na tentativa de encontrar razões para eliminar Jesus. 

MENSAGEM 
Diante da questão posta pelos fariseus (“pode um homem repudiar a sua mulher?” – vers. 2), Jesus começa por recordar-lhes o estado da questão na perspectiva da Lei (“que vos ordenou Moisés?” – vers. 3). Tal não significa, contudo, que Jesus Se identifique com o posicionamento da Lei a propósito da questão do divórcio.
Efetivamente, a Lei permite o divórcio (“Moisés permitiu que se passasse um certificado de divórcio para se repudiar a mulher” – vers. 4); contudo, essa condescendência da Lei não resulta do projeto de Deus para o homem e para a mulher, mas é o resultado da “dureza do coração” dos homens. As prescrições de Moisés não definem o quadro ideal do amor do homem e da mulher, mas apenas regulam o compromisso matrimonial, tendo em conta a mediocridade humana.
Em contraste com a permissividade da Lei, Jesus vai apresentar o projeto primordial de Deus para o amor do homem e da mulher. Citando livremente Gn 1,27 e Gn 2,24, Jesus explica que, no projeto original de Deus, o homem e a mulher foram criados um para o outro, para se completarem, para se ajudarem, para se amarem. Unidos pelo amor, o homem e a mulher formarão “uma só carne”. Ser “uma só carne” implica viverem em comunhão total um com o outro, dando-se um ao outro, partilhando a vida um com o outro, unidos por um amor que é mais forte do que qualquer outro vínculo. A separação será sempre o fracasso do amor; não está prevista no projeto ideal de Deus, pois Deus não considera um amor que não seja total e duradouro. Só o amor eterno, expresso num compromisso indissolúvel, respeita o projeto primordial de Deus para o homem e para a mulher.
A perspectiva de Jesus acerca da questão é a seguinte: nessa nova realidade que Deus quer propor ao homem (o Reino de Deus), chegou o momento de abandonar a facilidade, a mesquinhez, as meias-tintas e de apontar para um patamar mais alto. Ora, no que diz respeito ao matrimónio, o patamar mais alto é o projeto inicial de Deus para o homem e para a mulher, que previa um compromisso de amor estável, duradouro, indissolúvel.
Para os discípulos (que anteriormente, em diversas situações, tiveram dificuldade em passar da lógica do mundo para a lógica de Deus), contudo, o discurso de Jesus é difícil de entender; por isso, quando chegam a casa, pedem a Jesus explicações suplementares (vers. 10). Jesus reitera que a relação entre o homem e a mulher se deve enquadrar no projeto inicial de Deus e não nas facilidades concedidas pela Lei de Moisés. A perspectiva de Deus é que marido e mulher, unidos pelo amor, formem uma comunidade de vida estável e indissolúvel. O divórcio não entra nesse projeto. Marido e esposa, em igualdade de circunstâncias, são responsáveis pela edificação da comunidade familiar e por evitar o fracasso do amor (vers. 11-12).
O texto que nos é proposto termina com uma cena em que Jesus acolhe as crianças, defende-as e abençoa-as (vers. 13-16). As crianças são, aqui, uma espécie de contraponto ao orgulho e arrogância com que os fariseus se apresentam a Jesus, bem como à dificuldade que os discípulos revelaram, nas cenas precedentes, para acolher a lógica do Reino… As crianças são simples, transparentes, sem calculismos; não têm prestígio ou privilégios a defender; entregam-se confiadamente nos braços do pai e dele esperam tudo, com amor. Por isso, as crianças são o modelo do discípulo. O Reino de Deus é daqueles que, como as crianças, vivem com sinceridade e verdade, sem se preocuparem com a defesa dos seus interesses egoístas ou dos seus privilégios, acolhendo as propostas de Deus com simplicidade e amor. Quem não é “criança”, isto é, quem percorre caminhos tortuosos e calculistas, quem não renuncia ao orgulho e auto-suficiência, quem despreza a lógica de Deus e só conta com a lógica do mundo (também na questão do casamento e do divórcio), quem conduz a própria vida ao sabor de interesses e valores efémeros, quem não aceita questionar os próprios raciocínios e preconceitos, não pode integrar a comunidade do Reino. 

ATUALIZAÇÃO 
• O Evangelho deste domingo apresenta-nos o projeto ideal de Deus para o homem e para a mulher que se amam: eles são convidados a viverem em comunhão total um com o outro, dando-se um ao outro, partilhando a vida um com o outro, unidos por um amor que é mais forte do que qualquer outro vínculo. O fracasso dessa relação não está previsto nesse projeto ideal de Deus. O amor de um homem e de uma mulher que se comprometem diante de Deus e da sociedade deve ser um amor eterno e indestrutível, que é reflexo desse amor que Deus tem pelos homens. Este projeto de Deus não é uma realidade inatingível e impossível: há muitos casais que, dia a dia, no meio das dificuldades, lutam pelo seu amor e dão testemunho de um amor eterno e que nada consegue abalar. 
• As telenovelas, os valores da moda, a opinião pública, têm-se esforçado por apresentar o fracasso do amor como uma realidade normal, banal, que pode acontecer a qualquer instante e que resolve facilmente as dificuldades que duas pessoas têm em partilhar o seu projeto de amor. Para os casais cristãos, o fracasso do amor não é uma normalidade, mas uma situação extrema, uma realidade excepcional. Para os casais cristãos, o divórcio não deve ser um remédio simples e sempre à mão para resolver as pequenas dificuldades que a vida todos os dias apresenta. À partida, o compromisso de amor não deve ser uma realidade efémera, sujeito a projetos egoístas e a planos superficiais, que terminam quando surgem dificuldades ou quando um dos dois é confrontado com outras propostas. Para o casal que quer viver na dinâmica do Reino, a separação não deve ser uma proposta sempre em cima da mesa. Marido e esposa têm que esforçar-se por realizar a sua vocação de amor, apesar das dificuldades, das crises, das divergências e dos problemas que, dia a dia, a vida lhes vai colocando. A Igreja é chamada a ser no mundo, mesmo contra a corrente, testemunha do projeto ideal de Deus. 
• Apesar de tudo, a vida dos homens e das mulheres é marcada pela debilidade própria da condição humana. Nem sempre as pessoas, apesar do seu esforço e da sua boa vontade, conseguem ser fiéis aos ideais que Deus propõe. A vida de todos nós está cheia de fracassos, de infidelidades, de falhas. Nessas circunstâncias, a comunidade cristã deve usar de muita compreensão para aqueles que falharam (muitas vezes sem culpa) na vivência do seu projeto de amor. Em nenhuma circunstância as pessoas divorciadas devem ser marginalizadas ou afastadas da vida da comunidade cristã. A comunidade deve, em todos os instantes, acolher, integrar, compreender, ajudar aqueles a quem as circunstâncias da vida impediram de viver o tal projeto ideal de Deus. Não se trata de renunciar ao “ideal” que Deus propõe; trata-se de testemunhar a bondade e a misericórdia de Deus para com todos aqueles a quem a partilha de um projeto comum fez sofrer e que, por diversas razões, não puderam realizar esse ideal que um dia, diante de Deus e da comunidade, se comprometeram a viver. 
• As crianças que Jesus nos apresenta no Evangelho deste domingo como modelos do discípulo convidam-nos à simplicidade, à humildade, à sinceridade, ao acolhimento humilde dos dons de Deus. De acordo com as palavras de Jesus, não pode integrar o Reino quem se coloca numa atitude de orgulho, de auto-suficiência, de autoritarismo, de superioridade sobre os irmãos. A dinâmica do Reino exige pessoas dispostas a acolher e a escutar as propostas de Deus e dispostas a servir os irmãos com humildade e simplicidade. 

ALGUMAS SUGESTÕES PRÁTICAS PARA O 27º DOMINGO DO TEMPO COMUM
(adaptadas de “Signes d’aujourd’hui”) 

1. A PALAVRA MEDITADA AO LONGO DA SEMANA.
Ao longo dos dias da semana anterior ao 27º Domingo do Tempo Comum, procurar meditar a Palavra de Deus deste domingo. Meditá-la pessoalmente, uma leitura em cada dia, por exemplo… Escolher um dia da semana para a meditação comunitária da Palavra: num grupo da paróquia, num grupo de padres, num grupo de movimentos eclesiais, numa comunidade religiosa… Aproveitar, sobretudo, a semana para viver em pleno a Palavra de Deus. 

2. BILHETE DE EVANGELHO.
Quando Jesus pressente que Lhe querem estender uma armadilha, Ele refere-se à vontade de seu Pai. Ora, Deus tem um projeto que submete ao homem, e este, porque foi criado livre, realiza este projeto ou recusa-o. O mais belo projeto de Deus é o homem, a sua criatura. Como Ele o criou à sua imagem, fê-lo como ser de relação. É por isso que Ele cria a humanidade, homem e mulher, e a sua comunhão significa algo de Deus que em si mesmo é comunhão. O que conta numa obra artística não são primeiramente as interpretações ou os comentários que são feitos, mas a intenção do autor. Face ao amor do homem e da mulher, não comecemos por olhar como é vivida hoje a relação, mas contemplemos o sonho de Deus e tenhamos sobre os casais o olhar de Deus, que vê que aquilo que Ele fez é bom ou que oferece a sua misericórdia àqueles que não puderam ou não quiseram interpretar o seu projeto. 

3. À ESCUTA DA PALAVRA.
“Não separe o homem o que Deus uniu…” Jesus coloca o dedo na ferida… O divórcio é sempre um fracasso, um sofrimento. Mas entrou nos costumes como uma realidade normal, um “direito”! Jesus está contra a corrente… Palavra incompreensível para muitos homens e mulheres, qualquer que seja a sua idade! Na sua resposta aos fariseus, Jesus recorre a um critério a que geralmente se presta pouca atenção. Vai ao “princípio da criação”, à vontade primeira, à vontade criadora de Deus. Ora, esta vontade é que os seres humanos se tornem “imagens de Deus”, na medida em que aceitem entrar uns e outros nas relações de amor recíproco, porque Ele, Deus, é eterno movimento de amor no seu Ser mais profundo. O casal humano, antes mesmo da questão da procriação, é chamado por Deus a tornar-se o primeiro lugar de incarnação deste movimento de amor. O amor humano, sob todas as suas formas, não nasceu dos acasos da evolução biológica. É dom de Deus. Quando os homens recusam este dom, impedem Deus de imprimir neles a sua imagem. Na realidade, vão contra a vontade criadora, introduzem uma desordem na criação tal como Deus a quis. Porque Ele escuta plenamente o seu Pai e acolhe sem quaisquer reticências nem recusas a vontade de amor do seu Pai, Jesus, e apenas Ele, pode colocar-nos na luz de Deus Criador e da sua vontade criadora. Mas isso supõe que aceitemos escutar Jesus, tomar Jesus na nossa vida. Só poderemos compreender a exigência de unidade e de fidelidade no amor humano se aceitarmos tornar-nos, dia após dia, discípulos, mais ainda, amigos de Jesus. Para resolver os nossos problemas afetivos, temos razão em recorrer à psicologia, à psicoterapia do casal. Mas isso não basta. A verdadeira falta é uma falta de profundidade espiritual. Não servirá de nada a Igreja repetir sem cessar a sua oposição ao divórcio se, primeiro, não fizer imensos esforços para ajudar a redescobrir um verdadeiro acompanhamento com Jesus, revelador do amor do Pai. 

4. PARA A SEMANA QUE SE SEGUE…
Que o Senhor te abençoe… Como seria belo, em cada manhã desta semana, dizer-se bom dia, em família, com as simples palavras do salmista: “Que o Senhor te abençoe…” Fórmula de bênção, em que se deseja apenas o bem. Ultrapassemos qualquer falso pudor, para oferecermos àqueles que amamos a bênção do Senhor. 

UNIDOS PELA PALAVRA DE DEUS PROPOSTA PARA ESCUTAR, PARTILHAR, VIVER E ANUNCIAR A PALAVRA NAS COMUNIDADES 
Grupo Dinamizador:
P. Joaquim Garrido, P. Manuel Barbosa, P. José Ornelas Carvalho
Província Portuguesa dos Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos)
Rua Cidade de Tete, 10 – 1800-129 LISBOA – Portugal
Tel. 218540900 – Fax: 218540909