Histórico

A Paróquia Santo André, foi desmembrada da Paróquia Nossa Senhora Imaculada Conceição, fundada em 20 de junho de 1971, tem como padroeiro o Apóstolo André, santo que a Igreja celebra sua memória no dia 30 de novembro, data de seu martírio. No dia 30 de novembro de 2014, Dom Redovino Rizzardo elevou à qualidade de paróquia, nomeando o primeiro pároco, o Padre Otair Nicoletti. A equipe de Coordenação do Conselho Comunitário de Pastoral - CCP está formada pelas seguintes pessoas: Coordenação: Laudelino Vieira, Paulo Crippa; Assuntos Econômicos: José Zanetti, Valter Claudino; Secretaria: Marcus Henrique e Naiara Andrade.

sábado, 23 de junho de 2012

NOTÍCIAS: "SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS E A EUCARISTIA" É TEMA DE ENCONTRO COM PAIS

Na noite deste sábado (23), aconteceu o terceiro encontro com pais de catequisandos(as) da Comunidade Santo André. Mesmo havendo muitos eventos na cidade, os pais que estiveram presente certamente escolheu a melhor parte. Quem esteve lá pode ouvir da assessora Irmã Claudete Maria Boldori, da Congregação das Irmãs Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus, paróquia de Laguna Carapã, sobre o tema "Sagrado Coração de Jesus e a Eucaristia". Foi um noite para cada um(a) se aproximar cada vez mais do Coração de Jesus e da Eucaristia. No final da reflexão, foi trazido o Santíssimo Corpo de Cristo para alguns minutos de adoração a Jesus Eucarístico.





 



sexta-feira, 22 de junho de 2012

VATICANO: ANO DA FÉ É APRESENTADO NO VATICANO

Foi apresentado na manhã desta quinta-feira, na Sala de Imprensa da Santa Sé, o Ano da Fé convocado por Bento XVI a ser celebrado no período de 11 de outubro de 2012 a 24 de novembro de 2013.
O Ano da Fé, através de um calendário repleto de grandes eventos, tem a finalidade de favorecer a fé de tantos fiéis que na fadiga cotidiana não cessam de confiar a sua existência ao Senhor – disse o presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, Dom Rino Fisichella.
"Somente crendo a fé cresce e se reforça" (Porta fidei, 7). À luz das reflexões contidas na Carta Apostólica Porta fidei, Bento XVI convocou um Ano da Fé que terá início em concomitância com o 50º aniversário do Concílio Vaticano II (1962). O objetivo príncipe do Ano da Fé é favorecer a fé de tantos fiéis que na fadiga cotidiana não cessam de confiar com convicção e coragem a sua existência ao Senhor Jesus – explicou o Arcebispo Fisichella.
"O último Ano da Fé foi celebrado em 1968. Para agora foi pensado se poder fazer um momento, justamente, de reflexão, sobretudo, num contexto de crise generalizada. Não escondemos que existe uma crise de fé."
No atual contexto caracterizado por um secularismo que impele a "viver no mundo como se Deus não existisse" – frisou Dom Fisichella –, o Ano da Fé se propõe como um percurso que a comunidade cristã oferece a tantas pessoas que vivem com saudade de Deus e o desejo de encontrá-lo novamente.
Os objetivos indicados pelo Papa para o Ano da Fé – contidos na Carta Apostólica Porta fidei – são repercorridos com um programa que envolve a vida ordinária de todo fiel e a pastoral ordinária voltados a dar vida à nova evangelização.
Para isso, a Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos aprovou o formulário de uma santa missa especial "Pela Nova Evangelização". Todos os movimentos, antigos e novos, terão na vigília de Pentecostes um papel fundamental na transmissão da fé e na renovação do espírito missionário.
"O Ano da Fé é um ano que impele os movimentos a reencontrar na nova evangelização um elemento de participação comum em favor do crescimento da Igreja."
O primeiro evento do Ano da Fé terá lugar no domingo, 21 de outubro próximo, com a canonização de seis mártires e confessores da fé. Teremos, em seguida, muitas iniciativas voltadas para os jovens, em vista da Jornada Mundial da Juventude no Brasil, e voltadas também para os leigos em geral mediante a experiência das Confrarias e da piedade popular, precisou o Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da nova Evangelização.
Ademais, o Ano da Fé terá um logotipo e hino próprios, caracterizando assim os eventos oficiais. Para informar-se sobre todos os eventos afins foi criada uma página na Internet em italiano, inglês, espanhol, francês, alemão e polonês no endereço www.annusfidei.va.

NOTÍCIAS: AUDIÊNCIA PÚBLICA COM TEMA "FRATERNIDADE E SAÚDE PÚBLICA"

A Câmara de Municipal Dourados realiza Audiência Pública “Fraternidade e Saúde Pública” nesta sexta-feira, dia 22 de junho. A audiência proposta pelo vereador Elias Ishy (PT) conta com o apoio da Diocese de Dourados e visa discutir o tema central da Campanha da Fraternidade 2012. Esse evento havia sido agendado para o mês de abril, mas precisou ser remarcado por questões técnicas.
A audiência terá início às 19 horas, com a abertura oficial. Em seguida, às 19h30, haverá a palestra “Paradigmas no cuidado no âmbito da saúde no Brasil”, ministrada pelo médico cirurgião geral André Luiz Oliveira, representante da CNBB no Conselho Nacional de Saúde, coordenador nacional da saúde de 2003 a 2011 e membro da equipe de apoio à pastoral da saúde para a América Latina e Caribe, do Conselho Episcopal Latino Americano.
Logo após, às 20h45, será feito um debate com perguntas enviadas por escrito, seguido pelos encaminhamentos e definições de propostas, às 21h30. O encerramento da audiência está previsto para as 22 horas.
“Diante desta perspectiva, para que a população douradense possa participar conscientemente desta discussão proposta pela CNBB [Conferência Nacional dos Bispos do Brasil], nosso mandato solicitou essa Audiência Pública para que a sociedade possa discutir a temática e encaminhar soluções ao poder público”, explica Ishy.
“A saúde verdadeira, aquela que brota do coração de cada pessoa e transborda sobre toda a sociedade! Saúde física, psíquica, mental, espiritual e ética! É o que peço a Deus para todos os douradenses, a partir de uma Campanha da Fraternidade que só atingirá os seus objetivos quando a saúde – e os doentes – obtiverem de todos nós o carinho e o cuidado que merecem”, pondera o Bispo diocesano de Dourados, Dom Redovino Rizzardo.
As inscrições serão realizadas no local no horário do evento. Informações telefones 3410-0100 Ramal 0111 e 0112.

LEITURA ORANTE: SÁBADO MATEUS 6,24-34

Preparo-me para a Leitura Orante, rezando: 
Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém. 
O amor e a paz de Deus nosso Pai, 
que em Cristo nos libertou para que permanecêssemos livres, 
estejam com todos nós 
e nos mantenham firmes no evangelho de Jesus. 
Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo. 

1. Leitura (Verdade) 
O que diz o texto do dia? 
Leio atentamente o texto: Mt 6,24-34, e observo as recomendações de Jesus. 
- Um escravo não pode servir a dois donos ao mesmo tempo, pois vai rejeitar um e preferir o outro; ou será fiel a um e desprezará o outro. Vocês não podem servir a Deus e também servir ao dinheiro.
- Por isso eu digo a vocês: não se preocupem com a comida e com a bebida que precisam para viver nem com a roupa que precisam para se vestir. Afinal, será que a vida não é mais importante do que a comida? E será que o corpo não é mais importante do que as roupas? Vejam os passarinhos que voam pelo céu: eles não semeiam, não colhem, nem guardam comida em depósitos. No entanto, o Pai de vocês, que está no céu, dá de comer a eles. Será que vocês não valem muito mais do que os passarinhos? E nenhum de vocês pode encompridar a sua vida, por mais que se preocupe com isso.
- E por que vocês se preocupam com roupas? Vejam como crescem as flores do campo: elas não trabalham, nem fazem roupas para si mesmas. Mas eu afirmo a vocês que nem mesmo Salomão, sendo tão rico, usava roupas tão bonitas como essas flores. É Deus quem veste a erva do campo, que hoje dá flor e amanhã desaparece, queimada no forno. Então é claro que ele vestirá também vocês, que têm uma fé tão pequena! Portanto, não fiquem preocupados, perguntando: "Onde é que vamos arranjar comida?" ou "Onde é que vamos arranjar bebida?" ou "Onde é que vamos arranjar roupas?" Pois os pagãos é que estão sempre procurando essas coisas. O Pai de vocês, que está no céu, sabe que vocês precisam de tudo isso. Portanto, ponham em primeiro lugar na sua vida o Reino de Deus e aquilo que Deus quer, e ele lhes dará todas essas coisas. Por isso, não fiquem preocupados com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã trará as suas próprias preocupações. Para cada dia bastam as suas próprias dificuldades.
Jesus recomenda a confiança em Deus e a busca dos valores do Reino. Jesus nos ensina a sermos contemplativos na observação da natureza: as flores do campo, os passarinhos. Recomenda também a confiança em Deus para que cesse a preocupação com o alimento, o vestuário. E chega a dizer que este tipo de preocupação é de pessoas pagãs e não, de quem acredita no Pai. No final, recomenda uma ordem de valores que tem como prioridade o Reino de Deus.

2. Meditação (Caminho) 
O que o texto diz para mim, hoje? 
Quais são os valores que ocupam o primeiro lugar na minha vida? Como ajudamos na construção do Reino de Deus? 
Em Aparecida, na V Conferência, os bispos disseram que a alegria que se recebe no encontro com Cristo deve ser comunicada a todos: "Desejamos que a alegria que recebemos no encontro com Jesus Cristo, a quem reconhecemos como o Filho de Deus encarnado e redentor, chegue a todos os homens e mulheres feridos pelas adversidades; desejamos que a alegria da boa nova do Reino de Deus, de Jesus Cristo vencedor do pecado e da morte, chegue a todos quantos jazem à beira do caminho, pedindo esmola e compaixão (cf. Lc 10,29-37; 18,25-43). A alegria do discípulo é antídoto frente a um mundo atemorizado pelo futuro e agoniado pela violência e pelo ódio. A alegria do discípulo não é um sentimento de bem-estar egoísta, mas uma certeza que brota da fé, que serena o coração e capacita para anunciar a boa nova do amor de Deus. Conhecer a Jesus é o melhor presente que qualquer pessoa pode receber; tê-lo encontrado foi o melhor que ocorreu em nossas vidas, e fazê-lo conhecido com nossa palavra e obras é nossa alegria." (DAp 32).

3.Oração (Vida) 
O que o texto me leva a dizer a Deus? 
Faço o oferecimento do meu dia: 
Bom-dia, Senhor Deus e Pai! 
A ti, a nossa gratidão pela vida que desperta, pelo calor que cria vida, 
pela luz que abre nossos olhos. 
Nós te agradecemos por tudo que forma nossa vida, 
pela terra, pela água, pelo ar, pelas pessoas. 
Inspira-nos com teu Espírito Santo] 
os pensamentos que vamos alimentar, 
as palavras que vamos dizer, 
os gestos que vamos dirigir, 
a comunicação que vamos realizar. 
Abençoa as pessoas que nós encontrarmos, 
os alimentos que vamos ingerir. 
Abençoa os passos que nós dermos, 
o trabalho que devemos fazer. 
Abençoa, Senhor, as decisões que vamos tomar, 
a esperança que vamos promover, 
a paz que vamos semear, 
a fé que vamos viver, 
o amor que vamos partilhar. 
Ajuda-nos, Senhor, 
a não fugir diante das dificuldades, 
mas a abraçar com amor as pequenas cruzes deste dia. 
Queremos estar contigo, 
Senhor, no início, durante e no fim deste dia. 
Amém. 

4.Contemplação (Vida e Missão) 
Qual meu novo olhar a partir da Palavra? 
Meu novo olhar é de confiança em Deus. 
Vou lembrar muitas vezes o convite de Jesus: "Olhe os passarinhos do céu... olhe as flores... O Pai cuida". 
Bênção 
A bênção do Deus de Sara, Abraão e Agar, 
a bênção do Filho, nascido de Maria, 
a bênção do Espírito Santo de amor, 
que cuida com carinho, 
qual mãe cuida da gente, 
esteja sobre todos nós. Amém! 
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém. 

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LEITURA ORANTE: SEXTA-FEIRA MATEUS 6,19-23

Mt 6,19-23 – Riquezas no céu

Preparo-me para a Leitura Orante, rezando: 
Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém. 
O amor e a paz de Deus nosso Pai, 
que em Cristo nos libertou para que permanecêssemos livres, 
estejam com todos nós e nos mantenham firmes no evangelho de Jesus.

1. Leitura (Verdade) O que diz o texto do dia?
Leio atentamente o texto: Mt 6,19-23, e observo as recomendações de Jesus.
- Não ajuntem riquezas aqui na terra, onde as traças e a ferrugem destroem, e onde os ladrões arrombam e roubam. Pelo contrário, ajuntem riquezas no céu, onde as traças e a ferrugem não podem destruí-las, e os ladrões não podem arrombar e roubá-las. Pois onde estiverem as suas riquezas, aí estará o coração de vocês.
- Os olhos são como uma luz para o corpo: quando os olhos de vocês são bons, todo o seu corpo fica cheio de luz. Porém, se os seus olhos forem maus, o seu corpo ficará cheio de escuridão. Assim, se a luz que está em você virar escuridão, como será terrível essa escuridão!
Jesus recomenda não ajuntar riquezas na terra, mas fazer tesouros no céu. Quer dizer, não ser egoísta, acumular enquanto outros sofrem na miséria. Uma pessoa que partilha seus bens, acumula tesouros de amor, de alegria, de bondade, vida. Quando fala de olho como luz quer dizer: ter um olho simples. Ou seja, olho que vê bem e vê o bem. Este bem ilumina toda a pessoa. A pessoa generosa é luminosa. O avarento, egoísta, mesquinho, vive às escuras.

2. Meditação (Caminho) 
O que o texto diz para mim, hoje? 
Somos chamados a abrir caminhos, rompendo as cercas levantadas pelo poder, para que o pão seja farto na mesa de todos. 
Para mim a Lei tem sentido? Que sentido? Como defendo a vida, o bem, o verdadeiro amor? 
Em Aparecida, na V Conferência, os bispos disseram: "Os cristãos, como discípulos e missionários, são chamados a contemplar nos rostos sofredores de nossos irmãos, o rosto de Cristo que nos chama a servi-lo neles: "Os rostos sofredores dos pobres são rostos sofredores de Cristo". Eles desafiam o núcleo do trabalho da Igreja, da pastoral e de nossas atitudes cristãs. Tudo o que tenha relação com Cristo, tem relação com os pobres e tudo o que está relacionado com os pobres reivindica a Jesus Cristo: "Quando fizeram a um deste meus irmãos menores, fizeram a mim" (Mt 25,40). João Paulo II destacou que este texto bíblico "ilumina o mistério de Cristo". Porque em Cristo, o maior se fez menor, o forte se fez fraco, o rico se fez pobre. (DAp 393).

3.Oração (Vida)
O que o texto me leva a dizer a Deus? 
Oração do Brasil na missão continental 
Senhor, Deus da vida e do amor, 
enviastes o vosso Filho 
para nos libertar das forças da morte 
e conduzir-nos no caminho da esperança. 
Movei-nos pelo dom do vosso Espírito! 
Fazei-nos discípulos, 
comprometidos com o anúncio do Evangelho em 
nosso Pátria, em comunhão com a Missão Continental. 
Fazei-nos missionários, 
caminhando ao encontro de nossos irmãos e irmãs, 
acolhendo a todos, sobretudo os jovens, 
os afastados, os pobres, os excluídos. 
Virgem Mãe Aparecida, 
Intercedei junto ao vosso Filho, 
para que sejamos fiéis ao nosso compromisso 
de discípulos missionários . Amém! 

4.Contemplação (Vida e Missão) 
Qual meu novo olhar a partir da Palavra? 
Meu novo olhar é o olhar e a posição da Igreja, que diz: "A Igreja está convocada a ser "advogada da justiça e defensora dos pobres" diante das "intoleráveis desigualdades sociais e econômicas", que "clamam ao céu". (DAp 395).
Bênção 
A bênção do Deus de Sara, Abraão e Agar, 
a bênção do Filho, nascido de Maria, 
a bênção do Espírito Santo de amor, 
que cuida com carinho, 
qual mãe cuida da gente, 
esteja sobre todos nós. Amém! 

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quinta-feira, 21 de junho de 2012

LEITURA ORANTE: QUINTA-FEIRA MATEUS 6,7-15

LEITURA ORANTE: Mt 6,7-15 - Pai nosso: Preparo-me para a Leitura Orante invocando, com todos os internautas, o Espírito Santo:
Vem Santo Espírito, amor do Pai. Toca a minha mente,
a minha vontade,
o meu coração.
Abre-me à coragem da verdade.
Dá-me a força para deixar-me tocar
e renovar profundamente por Jesus,
Palavra do Pai.
Amém.


quarta-feira, 20 de junho de 2012

VATICANO: APRESENTADO INSTRUMENTUM LABORIUM DO SÍNODO DOS BISPOS SOBRE A NOVA EVANGELIZAÇÃO

Cidade do Vaticano, 19 de Junho de 2012 (VIS) - Uma conferência de imprensa realizada esta manhã no Gabinete Imprensa da Santa Sé para apresentar o "Instumentum laboris" da Assembléia Ordinária décima terceira Geral do Sínodo dos Bispos, que deverá ser realizada no Vaticano 7-28 de Outubro, sobre o tema: "A Nova Evangelização para a transmissão da fé cristã". 
O documento foi apresentado pelo Arcebispo Nikola Eterovic e Fortunato Frezza Bispo, respectivamente secretário-geral e sub-secretário do Sínodo dos Bispos. O Sínodo Padres, Arcebispo Eterovic disse, "vai reflectir sobre a transmissão da fé cristã, um dos grandes desafios da Igreja que será analisada no contexto da nova evangelização .... O trabalho do Sínodo será enriquecida por sua associação com o Ano da Fé ", que começa no dia 11 de Outubro. 
O secretário-geral do Sínodo explicou que o "Instumentum laboris "inclui um prefácio, uma introdução, quatro capítulos e uma conclusão. A Introdução reúne as opiniões de conferências episcopais, que concorrem "com a necessidade de novas ferramentas e novas formas de expressão para fazer a Palavra de Deus mais compreensível na vida do homem moderno. O Sínodo venha a ser uma oportunidade para discutir e comparar pontos de vista e experiências práticas, a serem compartilhados, a fim de proporcionar incentivos para pastores e Igrejas particulares ". 
O primeiro dos quatro capítulos, intitulado "Jesus Cristo a Boa Nova de Deus para a Humanidade", reafirma "o núcleo central da fé cristã , de que muitas pessoas desconhecem, e apresenta o Evangelho de Jesus Cristo como Boa Nova para o homem moderno .... A nova evangelização é uma expressão do dinamismo interno do cristianismo, que pretende fazer homens e mulheres de boa vontade, conhecer o "profundidade da riqueza, da sabedoria e do conhecimento" do mistério de Deus revelado em Jesus Cristo, não é uma resposta cansado para a crise de fé e os desafios enfrentados pela Igreja no mundo moderno ". : 
O segundo capítulo intitula-se "para uma Nova Evangelização". Ele se concentra principalmente na "identificação dos desafios da evangelização enfrenta atualmente", e em "descrevendo a nova evangelização .... Os novos desafios para a evangelização no mundo contemporâneo são descritos em vários cenários diferentes. A Igreja é chamada a discernir os cenários, de modo "que eles possam ser transformados em locais para anunciar o Evangelho e viver a Igreja" .... O trabalho da nova evangelização visa a renovação da atividade pastoral ordinária das Igrejas particulares, enquanto, ao mesmo tempo, buscando despertar um novo sensibilidade para com as pessoas que deixaram a Igreja. Isto requer uma dose de criatividade e ousadia evangélica ". O arcebispo destacou que quase todas as respostas recebidas quando da elaboração do documento ", destacou a falta de vocações ao sacerdócio e à vida consagrada. Isto requer, entre outras coisas, o cuidado pastoral das vocações forte", disse ele. 
Dirigindo-se ao considerar o capítulo três "Transmitir a Fé", o arcebispo Eterovic reconheceu que "o propósito da nova evangelização é a transmissão da fé. A Igreja transmite a fé de que ela mesma vive, e todos os cristãos são chamados a dar a sua contribuição .... Os obstáculos à a fé pode ser dentro da Igreja (fé vivida de forma passiva ou privada, a recusa de ser educados na sua fé, a separação entre a vida e a fé) ou fora vida cristã completamente (secularização, consumismo niilismo, hedonismo) .... O Ano da fé é um apelo urgente à conversão para que, transformado pela graça, cada cristão e cada comunidade pode produzir frutos abundantes. Isto pode incluir o compromisso ecumênico, a busca da verdade, diálogo inter-religioso, e a coragem de denunciar a infidelidade e escândalos dentro do cristão comunidade. " Instrumentum laboris "é intitulado" Atividade revivificante Pastoral "e centra-se na" transmissão da fé ... por mais uma vez enfatizando os instrumentos desenvolvidos através da Tradição.
O último capítulo "- em particular o primeiro anúncio, a iniciação cristã e educação - procurando ao mesmo tempo adaptá-los às atuais circunstâncias sociais e culturais .... Do ponto de vista teológico, devemos compreender melhor a seqüência dos sacramentos da iniciação cristã, que culmina na Eucaristia, e refletir sobre os modelos a ser traduzido para profundamente significativas práticas pastorais ". 
A conclusão do documento reafirma que "nova evangelização significa dar a razão da nossa fé, comunicando o Logos de esperança para um mundo que busca a salvação".

Fonte: http://visnews-en.blogspot.com.br/2012/06/instrumentum-laboris-of-synod-on-new_19.html

terça-feira, 19 de junho de 2012

LEITURA ORANTE: QUARTA-FEIRA MATEUS 6,1-6.16-18

Preparo-me para a Leitura, rezando
Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém.
Creio, meu Deus, que estou diante de Ti.
Que me vês e escutas as minhas orações.
Tu és tão grande e tão santo: eu te adoro.
Tu me deste tudo: eu te agradeço.
Foste tão ofendido por mim:
eu te peço perdão de todo o coração.
Tu és tão misericordioso: eu te peço todas as graças
que sabes serem necessárias para mim.
Ó Jesus Mestre, Verdade, Caminho e Vida, tem piedade de nós.

1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
Leio atentamente o texto: Mt 6,1-6.16-18, e observo as comparações que Jesus faz.
Jesus disse:
- Tenham o cuidado de não praticarem os seus deveres religiosos em público a fim de serem vistos pelos outros. Se vocês agirem assim, não receberão nenhuma recompensa do Pai de vocês, que está no céu.
- Quando você der alguma coisa a uma pessoa necessitada, não fique contando o que fez, como os hipócritas fazem nas sinagogas e nas ruas. Eles fazem isso para serem elogiados pelos outros. Eu afirmo a vocês que isto é verdade: eles já receberam a sua recompensa. Mas você, quando ajudar alguma pessoa necessitada, faça isso de tal modo que nem mesmo o seu amigo mais íntimo fique sabendo do que você fez. Isso deve ficar em segredo; e o seu Pai, que vê o que você faz em segredo, lhe dará a recompensa. - Quando vocês orarem, não sejam como os hipócritas. Eles gostam de orar de pé nas sinagogas e nas esquinas das ruas para serem vistos pelos outros. Eu afirmo a vocês que isto é verdade: eles já receberam a sua recompensa. Mas você, quando orar, vá para o seu quarto, feche a porta e ore ao seu Pai, que não pode ser visto. E o seu Pai, que vê o que você faz em segredo, lhe dará a recompensa. - Quando vocês jejuarem, não façam uma cara triste como fazem os hipócritas, pois eles fazem isso para todos saberem que eles estão jejuando. Eu afirmo a vocês que isto é verdade: eles já receberam a sua recompensa. Mas você, quando jejuar, lave o rosto e penteie o cabelo para os outros não saberem que você está jejuando. E somente o seu Pai, que não pode ser visto, saberá que você está jejuando. E o seu Pai, que vê o que você faz em segredo, lhe dará a recompensa.Jesus deixa entrever em várias expressões deste texto, a necessidade de discrição. A falta de discrição pode deturpar a piedade. Mostrar-se religioso, piedoso só para ser visto e louvado pelas pessoas, é valorizar a aparência, é voltar-se para si mesmo, é hipocrisia.
Queria dizer que a verdadeira piedade tem em vista apenas o voltar-se e o encontro com o Pai.

2. Meditação (Caminho)
O que o texto diz para mim, hoje? Qual palavra mais me toca o coração?
Quando rezo, em quem penso mais? Em mim mesmo? Ou busco unicamente a Deus?
Fico observando as outras pessoas? Busco aparentar que sou uma pessoa piedosa? 
Os bispos, em Aparecida nos deram orientações para nosso modo de ser como cristãos: “No seguimento de Jesus Cristo, aprendemos e praticamos as bem-aventuranças do Reino, o estilo de vida do próprio Jesus: seu amor e obediência filial ao Pai, sua compaixão entranhável frente à dor humana, sua proximidade aos pobres e aos pequenos, sua fidelidade à missão encomendada, seu amor serviçal até a doação de sua vida. Hoje, contemplamos a Jesus Cristo tal como os Evangelhos nos transmitiram para conhecer o que Ele fez e para discernir o que nós devemos fazer nas atuais circunstâncias.” (DAp 139)

3.Oração (Vida)
O que o texto me leva a dizer a Deus? 
Canto ou ouço a canção 
Verdades
Das verdades que Jesus nos ensinou
Uma delas não consigo esquecer
Que se um homem não tem nada pra comer
E um outro tem demais em sua mesa,
Um dos dois vai pro inferno ao morrer.
Uma outra que em meu coração ficou muitas vezes eu me
Recordo ao meditar, quem quiser seguir os passos de
Jesus não se apegue a mais ninguém senão ao reino e
Por ele agarre firme a sua cruz.
Verdades que acredito verdades de Jesus verdades que
Eu medito e que me trazem tanta luz. verdades que você
Procura sem saber, 
verdades que nós dois custamos tanto a entender. (bis)
Das verdades que ao partir Jesus deixou eu recordo a
Do contexto social que se alguém quiser subir de
Posição lave os pés dos seus irmãos com quem convive e
Lidere sem pisar no seu irmão. 
(CD Verdades, Pe. Zezinho,scj)

4.Contemplação (Vida e Missão)
Qual meu novo olhar a partir da Palavra? Os bispos, na Conferência de Aparecida reconheceram e eu concordo com eles:
“A pessoa sempre procura a verdade de seu ser, visto que é esta verdade que ilumina a realidade de tal modo que possa se desenvolver nela com liberdade e alegria, com gozo e esperança.” (DAp 42).
Bênção 
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém. 
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém. 
-Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém. 
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém. 

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NOTICIAS: CRESCE O NÚMERO DE SACERDOTES NO MUNDO

Cresce o número de sacerdotes no mundo


Em dez anos, de 2000 a 2010, o número dos sacerdotes diocesanos e religiosos no mundo aumentou: passou de 405 mil para 413 mil, informou monsenhor Vittorio Formenti, diretor do Setor Estatístico do Vaticano, neste fim de semana (16 e 17), durante o encontro italiano do Serra Internacional (associação de leigos que apoia as vocações sacerdotais), na cidade de Bari, no sudeste da Itália.
Além deles, em toda a Igreja há mais de 35 mil diáconos permanentes, em sua grande maioria nos EUA, Canadá e América Latina. Com relação ao número dos sacerdotes que deixaram o ministério, este diminuiu para menos de 1000, enquanto 460 foram os sacerdotes que no ano passado pediram para serem reintegrados ao ministério. Mons. Formenti sublinhou que estes números deixam claro um lento, mas constante crescimento.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

ARTIGOS: ABANDONO DO MÉTODO VER - JULGAR - AGIR

No ano passado, ao escrever sobre o cinquentenário da Mater et Magistra, lembrei que o papa João XXIII, definiu como o melhor método para a formação nos princípios da justiça social aquele que depois foi consagrado pela Igreja latino-americana: conhecer a situação concreta, examinar essa realidade à luz da Palavra e da doutrina da Igreja e, por fim, agir "de acordo com as circunstâncias de tempo e de lugar” (MM, 236).
Lembrava ainda que o "papa buono”, neste mesmo parágrafo da encíclica definia tal método como ver, julgar, agir. Salientava que, segundo o papa, é necessário "que os jovens, não só conheçam esse método, mas o empreguem, concretamente, na medida do possível, a fim de que os princípios adquiridos não permaneçam para eles no campo das ideias abstratas, mas sejam traduzidos na prática” (MM, 237).
Em meu artigo afirmava que um dos sinais mais evidentes do inverno tenebroso da atual Igreja, especialmente aqui na América Latina, é o aborto progressivo deste método. Documentos recentes dos episcopados e das Igrejas locais revelam a intenção premeditada de enterrar definitivamente este precioso legado consagrado por um documento tão valioso do Magistério da Igreja.
O sepultamento do método ver-julgar-agir começa aqui na América Latina com as Conclusões de Santo Domingo, no início da década de 1990. Daí para cá os documentos oficiais foram abandonando-o progressivamente. O mais recente exemplo disso pode ser encontrado nas Diretrizes da ação evangelizadora da Igreja no Brasil, aprovadas em maio passado.
O abandono do método ver-julgar-agir revela a pendência clara da Igreja para a direita. Por se tornar cada vez mais conservadora e fundamentalista, ela rejeita todo método que possa criar nos cristãos e nas cristãs o espírito crítico e a capacidade de enxergar melhor a realidade e as causas de determinados problemas. Além disso, revela uma pobreza cada vez maior no campo teológico e um desconhecimento crescente da pedagogia bíblica.
De fato, se observarmos atentamente a tradição profética e a prática de Jesus, é possível perceber que o método utilizado não tem como ponto de partida a teologia, mas a realidade. Para propor a conversão, a mudança, tanto das pessoas como das estruturas sociais, os profetas e Jesus não partem de afirmações teológicas substanciais, mas do que está acontecendo. Após terem mostrado como se encontra a realidade, fazem o confronto com o que é considerado palavra de Deus e convidam a mudanças radicais, a reviravoltas.
No que diz respeito aos profetas, os exemplos são numerosos e seria impossível falar de todos eles. Bastaria lembrar dois episódios que são bem emblemáticos do método usado pelos profetas. O primeiro é o caso do adultério de Davi (2Sm 12,1-14). O profeta Natan não chega até ele fazendo pregações teológicas ou recordando as normas da lei mosaica. Começa contando uma história que obriga o rei a dar de cara com a realidade e com a sua injustiça. Somente depois de o rei ter caído na real o profeta vai fazer a sua pregação teológica e convidá-lo a uma atitude de mudança. O outro episódio emblemático é a ação simbólica de Jeremias que se coloca na porta do Templo e começa a proclamar em voz alta a lista dos pecados do povo (Jr 7,1-28). Também ele não vai fazer uma pregação sobre os preceitos da Torá e nem tão pouco sobre quem é Javé. Começa sua ação levando o povo a perceber a realidade.
Se vamos para a práxis de Jesus, percebemos a mesma coisa. Ele não é um fariseu e nem um doutor da Lei, que vai fazendo elucubrações teológicas e citando textos bíblicos, dando aulas de teologia. De acordo com a maioria dos exegetas, Jesus não tinha grandes conhecimentos da Torá, uma vez que o estudo da Lei não acontecia no ambiente de Nazaré, onde ele viveu. O conhecimento bíblico de Jesus era mediano, próprio dos moradores da Galileia que viviam distantes de Jerusalém, o centro teológico e cultual da época.
Jesus não sai pela Palestina fazendo discursos teológicos. Ele se insere no meio do povo e, a partir da contemplação da realidade, vai ajudando esse mesmo povo a perceber a presença amorosa de Deus. Não parte de Deus para chegar à realidade, mas parte da realidade para fazer as pessoas se darem conta do amor misericordioso do Pai. Começa falando de comida, de bebida, de roupa, das preocupações cotidianas, convidando os homens e as mulheres a contemplarem a erva do campo e os pássaros do céu (Mt 6,25-34), e, a partir do concreto, chegar até a providência divina e à centralidade do Reino de Deus e da sua justiça (Mt 6,33).
Em outras ocasiões, para explicar como a Palavra age nas pessoas, parte da vida concreta dos lavradores, do trabalho doméstico das mulheres (Mt 13). Para dizer como deve ser a conexão entre o discípulo e o Pai, parte da experiência dos trabalhadores na agricultura, que certamente eram maioria absoluta, senão a totalidade, dos seus ouvintes (Jo 15,1-6). Para explicar como é o seu cuidado e o cuidado do Pai para com as pessoas, fala da atividade do pastor, cuidador de ovelhas (Jo 10,1-21).
Portanto, Jesus não se preocupa em "partir de Deus”, como queriam os fariseus e os legalistas doutores da Lei, preocupados com as picuinhas religiosas e com as precisões teológicas. Jesus partia da vida real, concreta, do seu povo. Como bom pedagogo sabia que esse método funcionava realmente e possibilitava às pessoas compreenderem o que precisavam compreender para aderir à sua proposta de Reino de Deus. E os Evangelhos são unânimes em nos mostrar que o método de Jesus funcionou e que o povo entendeu plenamente a sua mensagem. "E uma grande multidão o escutava com gosto” (Mc 12,37).
A obsessão em querer "partir de Cristo” revela-se falsa e ideológica. Falsa porque se afasta da tradição bíblica e da intuição de grandes santos como João XXIII. Ideológica porque mostra claramente que por trás desse abandono está a intenção clara de não utilizar um método pastoral que eduque o povo de Deus, tornando-o sujeito de sua própria libertação. Pretende-se que a fé cristã funcione como ópio e não como força libertadora e transformadora. Deixando de lado a realidade, ou camuflando-a com pseudo-afirmações teológicas, se esconde a verdade e não se permite a libertação que dela viria. A pregação e a evangelização se tornam "discurso lacunar”: muito palavreado para esconder aquilo que deveria ser realmente dito.
Infelizmente a atual hierarquia vai perdendo a sua condição profética e, por isso, perde também a sua capacidade de evangelizar a partir das situações concretas. O evangelho passa a ser uma abstração, um falatório que não encontra ressonância em lugar nenhum, porque não é anunciado dentro das condições reais das pessoas. E nesse contexto ressoa a palavra profética de Dom Oscar Romero, pronunciada no dia 18 de fevereiro de 1979: "Os fatos concretos, Deus não os despreza. Querer pregar sem referir-se à história em que se prega não é pregar o Evangelho. Muitos gostariam de uma pregação tão espiritualista que deixasse os pecadores como estão, que não dissesse nada aos idólatras, aos que estão de joelhos diante do dinheiro e do poder.
Uma pregação que não denuncia as realidades pecaminosas, no seio das quais se faz a reflexão evangélica, não é Evangelho”. Por causa disso, como amava repetir Dom Hélder, os atuais documentos eclesiásticos da América Latina voltam a ser "belas teorias sobre uma dura realidade”. Ou, como diz Lepargneur, "na prática a teoria é outra”.
Poucos dias atrás encontrei um padre que acabava de chegar de sua primeira viagem à Europa. Visitou Roma e vários outros "lugares sagrados” europeus. Lá o método ver-julgar-agir nunca foi adotado pela Igreja. Mas esse padre estava aterrorizado com o que viu. Nas igrejas, nas missas, quase ninguém. Só algumas velhinhas arrastando-se com muita dificuldade. A missa tinha que terminar na hora exata, pois na hora marcada os filhos ou netos apareciam, mas apenas para buscar suas mães ou avós.
Isso não me assustou, pois, tendo morado por lá, já conhecia essa situação, a qual deve ter se agravado nos últimos anos. Porém, este é o futuro de uma Igreja que voltou a abandonar o cuidado com a realidade, que insiste em fazer discursos teológicos estéreis, completamente desconectados da situação real do povo. Esse é o futuro de uma igreja que não quer agir "de acordo com as circunstâncias de tempo e de lugar” (João XXIII). Se não soubermos substituir "a santidade de reputação e de fachada pela santidade interior e real, as criaturas mais conscientes, que têm a maior sede de justiça, que são mais desconfiadas e reais, correm o risco de perder a fé” (Dom Helder Camara).

Fonte: José Lisboa Moreira de Oliveira - Filósofo. Doutor em teologia. Ex-assessor do Setor Vocações e Ministérios/CNBB. Ex-Presidente do Inst. de Past. Vocacional. É gestor e professor do Centro de Reflexão sobre Ética e Antropologia da Religião (CREAR) da Universidade Católica de Brasília.

ARTIGOS: FALTAM PADRES OU FALTA ESPÍRITO MISSIONÁRIO?

Lendo, alguns dias atrás, a revista “Rogate” (nº 216 – outubro de 2003 – pp. 8-15) encontrei algumas estatísticas da Igreja Católica. A revista cita como fonte o jornal L’Osservatore Romano (edição em português, nº 29, 19/07/03, pp. 6-8), órgão oficial do Vaticano. Fiquei surpreso com os dados sobre o número de padres que existe atualmente no mundo. Diante do quadro apresentado, resolvi fazer estas reflexões, esperando assim contribuir para a revisão de algumas situações, especialmente para uma melhor redistribuição dos presbíteros e a retomada da consciência missionária. 

1. O número de padres no mundo 
De acordo com a estatística acima mencionada, em 2001 existiam 405.067 presbíteros em todo o mundo. Isso significa uma média de 1 (um) padre para cada 15.139 habitantes do planeta. Se considerarmos apenas o número de católicos, temos 1 (um) padre para cada 2.619 fiéis. Relacionando o número de padres com o número de bispos existentes, teríamos para cada bispo uma média de 87,10 presbíteros. Tendo presente o fato de que não mais de 10% dos católicos são praticantes, podemos concluir que existe 1 (um) padre para cada 261,9 católicos praticantes. 
Vemos então que o número de padres não é assim tão pequeno como se costuma alardear por aí, especialmente naquele tipo de atividade vocacional da Igreja identificado exclusivamente com a promoção da vocação do presbítero e no qual o Serviço de Animação Vocacional é confundido com “Obra das Vocações Sacerdotais” (OVS). A média mundial se apresenta bastante equilibrada. Não existem razões para desespero e nem para tanta obsessão. 
O que estaria acontecendo então? Acredito que o problema não está na falta de padres, mas na falta de espírito missionário. Esta falta de espírito missionário se encontra não apenas nos padres, mas principalmente nos bispos, os quais não preparam os seus presbitérios para o serviço ministerial, lá onde há mais urgência e mais necessidade. Isso leva à concentração de presbíteros em algumas regiões, especialmente nas mais ricas, deixando outras áreas, particularmente as mais pobres, desprovidas da presença de ministros ordenados. 
Os números fornecidos pela própria direção da Igreja Católica colocam em evidência essa realidade. Eles provam que não é suficiente apenas incentivar e promover a vocação do padre. É preciso, com muita urgência, criar nos presbíteros e nos seminaristas a sensibilidade para o serviço missionário. Se não fizermos isso, poderemos até chegar a um número bem maior de padres, mas regiões inteiras continuarão abandonadas e centenas de milhares de comunidades católicas permanecerão privadas da presença de um ministro ordenado. 

2. A raiz do problema 
O problema da falta de pastores é tão antigo como a própria Igreja. O próprio Jesus já tinha percebido isso quando, olhando para as multidões, ficou tomado de compaixão porque viu que elas “estavam exaustas e prostradas como ovelhas sem pastor” (Mt 9,36). Por essa razão deixou a seguinte recomendação: “A messe é abundante, mas os operários, pouco numerosos; pedi, pois, ao dono da messe que mande operários para a sua messe” (Mt 9,37-38). Certamente os operários aos quais Jesus se refere não são apenas os padres, mas todos os evangelizadores e todas as evangelizadoras dos quais a Igreja necessita para fazer chegar a toda a humanidade a Boa Notícia, o Evangelho. Mas os padres também estão incluídos nesta lista e, enquanto ministros que presidem e animam as comunidades, possuem uma missão sumamente importante. 
Uma análise mais criteriosa desse texto e do paralelo encontrado em Lucas (Lc 10,1-20) nos mostra com clareza que para Jesus o problema não está na falta de pastores, mas na falta de operários, ou seja, de gente que queira ir pelas cidades e povoados, pelas aldeias e demais localidades. No tempo de Jesus, a Palestina estava infestada de sacerdotes, levitas, escribas, fariseus, doutores da lei, mas faltava quem tivesse compaixão do povo e quem fosse ao encontro dele para “curar as suas doenças e enfermidades” (Mt 10,1). 
Aliás, voltando um pouco mais no tempo, podemos constatar que os profetas da Primeira Aliança já denunciaram uma situação semelhante. Eles acusavam os pastores que “apascentavam a si mesmos” (Jr 34,2) e não cuidavam da comunidade, especialmente das pessoas mais sofridas. O oráculo de Ezequiel é dirigido aos governantes do povo, mas tinha também como destinatários os chefes religiosos, mesmo porque era praticamente impossível, para a mentalidade judaica da época, pensar as duas coisas de forma separada. 
Na Igreja o problema apareceu muito cedo. No século VI o papa São Gregório Magno já lamentava a falta de operários para a messe. Mas dizia igualmente que o problema não estava na falta de ministros ordenados, mas no pouco espírito missionário dos mesmos. Havia muitos padres, sim, mas poucos dedicados e doados pela causa do Reino. Em uma de suas homilias São Gregório advertia: “Para grande messe, poucos operários, coisa que não sem imensa tristeza podemos repetir; pois embora haja quem escute as palavras boas, falta quem as diga. Eis que o mundo está cheio de sacerdotes, todavia, raramente se vê um operário na messe de Deus; porque aceitamos, sim, o ofício sacerdotal, mas não cumprimos o dever do ofício”. 
A questão, pois, é muito antiga. Não faltam padres, mas, como nos lembra são Gregório, falta paixão pelo Reino. O ministério é visto apenas como status, privilégio, meio de fazer carreira e de resolver situações pessoais, como profissão rentável. Por isso muitos aceitam serem ordenados, mas somente um número pequeno se dispõe a “cumprir o dever do ofício”, ou seja, a servir o Povo de Deus lá onde realmente ele precisa. 

3. Alguns exemplos ilustrativos 
Quem acompanha de perto a vida da nossa Igreja conhece situações em que é bem visível essa realidade e começa a entender que o problema não está na falta de padres, mas na falta de espírito missionário dos presbíteros. 
Uma primeira constatação pode ser feita a partir do Anuário da Igreja Católica no Brasil. Ali é possível verificar a grande concentração de padres nas grandes cidades, especialmente nas capitais, de modo particular aquelas litorâneas. O interior do país, sobretudo as pequenas cidades, os lugares mais afastados e pobres, ficam completamente esquecidos. Se olharmos atentamente as próprias capitais, vamos notar que a maioria dos padres está no centro das cidades, ou seja, nos bairros mais abastados, onde a vida é mais fácil. As periferias, mesmo com população mais numerosa, dispõem de um número menor de padres. 
Conheço o caso de algumas dioceses que não sabem o que fazer com os seus padres. O número de presbíteros já é maior do que o número de paróquias. Os padres não aceitam trabalhar juntos numa mesma paróquia. Querem que o bispo crie paróquias novas para que cada um tenha o seu “feudo” e com todos os “acessórios indispensáveis”: casa, carro, telefone, telefone celular, computador, Internet, salário, funcionários e assim por diante. Quando é feita a proposta de uma paróquia na periferia, mas sem todas essas mordomias, a recusa é imediata. 
Em certas arquidioceses, as paróquias de periferia estão completamente abandonadas. Em algumas delas os párocos não moram no local, mas em bairros mais “chiques”, porque não fica bem o padre morar nesses lugares! O povo vê a cara do pároco somente nos finais de semana e em algumas ocasiões especiais. Em outras, há missa somente de vez em quando, pois não há padres para celebrar nelas. Enquanto isso, nas paróquias do centro, onde as pessoas têm seus carros e podem se locomover com mais facilidade, são celebradas até cinco ou seis missas no domingo. 
Em nível mundial, todos conhecemos a corrida dos padres dos países pobres para os países mais ricos, situados no norte do planeta. Muitos padres do hemisfério sul, particularmente da Ásia e da África, sonham ir para a Europa Ocidental e para a América do Norte. Lá chegando, não querem voltar mais para os seus países de origem. A situação estava ficando tão grave que, em 2002, a própria Santa Sé teve que intervir, proibindo os bispos dos países ricos de receberem padres dos países pobres sem prévio entendimento com o bispo da diocese de origem dos presbíteros. 
Muitos bispos, especialmente das dioceses mais abastadas, são poucos sensíveis às necessidades das Igrejas mais pobres. Ficam fazendo as contas, reclamando a falta de padres. Não são capazes de despertar a consciência missionária em seus presbitérios. Lembro-me do caso de um bispo de uma diocese pobre do Nordeste, que sentindo a escassez de presbíteros de sua Igreja, dirigiu-se a um seu colega de uma diocese do Sul do país, bem servida de padres. Diante do pedido do seu irmão nordestino, o bispo sulista recitou uma longa ladainha de lamentos, tentando provar que não tinha como oferecer um padre para a outra diocese irmã. O bispo do Nordeste concluiu sua conversa com o seguinte desabafo, ainda que revestido de santa ironia: “Fiquei com tanta pena do coitadinho que quase lhe oferecia um padre da minha pobre diocese para ajudar a resolver a sua penúria!”. 
Se dermos uma olhada na vida consagrada, percebemos que há também alguma coisa errada. A pesquisa da CRB, feita em 1997 e publicada em 1998, traz alguns dados que são bastante significativos. Ela mostra, por exemplo, que há mais religiosas e mais religiosos nascidos no Nordeste morando no Sudeste do que no próprio Nordeste. 
O levantamento da CRB diz que 14,6% dos religiosos e 11,6% das religiosas afirmam ter nascido no Nordeste. Mas somente 10,6% dos religiosos e 8,9% das religiosas declararam que viviam naquela ocasião no Nordeste. Isso fica mais evidente quando tomamos os dados do próprio Sudeste. Cerca de 35,2% dos religiosos e 32,8% das religiosas afirmavam ter nascido no Sudeste. No entanto, 44,2% dos religiosos e 39,4% das religiosas disseram que estavam morando no Sudeste. Porém, o Sul se apresentou como uma região com bastante consciência missionária. De fato, 45,5% dos religiosos e 47,9% das religiosas declaram ter nascido nesta região. Mas somente 23,3% dos religiosos e 39,0% das religiosas dizem estar morando na região Sul do Brasil. Todavia, sabe-se que as vocações ali estão em declínio e é bem provável que daqui a alguns anos, o Sul esteja povoado de religiosos e religiosas vindos de regiões mais pobres do país. 

4. Retomar a proposta do Vaticano II 
Durante o Concílio Vaticano II esta questão foi, por diversas vezes, levantada e debatida. No final do Concílio ficaram algumas propostas bastante significativas. Elas, porém, parece que foram completamente esquecidas, salvo honrosas e beneméritas exceções. Por essa razão considero urgente retomar alguns desses elementos. 
O Vaticano II insistiu sobre a necessidade de uma melhor distribuição dos padres. Pediu que os presbíteros cultivassem uma solicitude por todas as Igrejas. Sugeriu que as dioceses com maior número de padres oferecessem, com prazer, presbíteros para as regiões mais carentes de ministros ordenados. Nesta iniciativa o bispo não só deve permitir, mas encorajar os padres para a missão. Para tanto, pedia o Concílio, devem-se rever as normas de encardinação, de modo que elas correspondam às necessidades da Igreja do nosso tempo e favoreçam uma adequada distribuição dos presbíteros (cf. PO, 10). 
Recordando que os presbíteros devem buscar servir ao bem de toda a Igreja, evitando a dispersão de forças (cf. LG, 28), o Vaticano II insistiu muito sobre o dever missionário dos presbíteros. O serviço da missão não é um acessório na vida do padre, mas elemento fundamental do seu ministério. Por isso, tanto nos seminários como nas faculdades de teologia, será necessário fomentar a consciência missionária (cf. AG, 39). 
Os bispos, por sua vez, são chamados a preparar e enviar presbíteros para as regiões mais carentes, para que ali eles exerçam o sagrado ministério de forma definitiva ou ao menos por um tempo determinado. Eles devem considerar não só as necessidades de sua diocese, mas também as das outras Igrejas particulares, pois estas são expressão da mesma e única Igreja de Jesus. Para tanto devem buscar aliviar ao máximo os sofrimentos das dioceses mais carentes de presbíteros (cf. CD, 6). 
No que diz respeito à vida consagrada, o Concílio foi bastante preciso. Essa, de fato, precisa ter “um espírito e trabalho realmente católico” (cf. AG, 40). Não deve voltar-se apenas para os interesses do próprio grupo. Com determinação o Vaticano II convidou a vida consagrada a se interrogar com sinceridade, diante de Deus, sobre a possibilidade de deixar algumas atividades para se comprometer com o serviço nos lugares de missão, com novas atividades missionárias. A vida consagrada precisa avaliar se realmente está participando com todas as forças da atividade missionária da Igreja. 
No âmbito da Igreja latino-americana, a Conferência de Puebla (1979) convidava as Igrejas locais a se projetarem além de suas próprias fronteiras, dando da própria pobreza (P, 368). Na atividade vocacional deve-se despertar, promover e orientar vocações missionárias (P, 891). 

Conclusão 
São Francisco Xavier, grande missionário jesuíta do século XVI, considerando a realidade da sua época, lançou então um grande desafio. Escrevendo a Santo Inácio de Loyola ele manifestava o seu desejo de sacudir as consciências daqueles que “têm mais ciência do que caridade”. Queria sair pelas academias da Europa, gritando como um louco e mostrando a responsabilidade que aquela gente acomodada tinha diante das carências da evangelização. 
Hoje continuamos a sentir a ausência de profetas que denunciem a omissão e a acomodação de determinadas Igrejas, de certos bispos e de muitos padres. Precisamos gritar bem alto que não basta fazer propaganda vocacional e insistir obsessivamente na falta de padres. Precisamos ter a coragem de dizer que em muitos lugares eles já sobram. O que falta mesmo é o ardor missionário, a paixão pelo Reino e o carinho pelos mais pobres. Faltam em muitos padres o espírito de serviço e o zelo do Bom Pastor, daquele que dá a vida pelas pessoas. 
Precisamos denunciar um certo tipo de propaganda vocacional que apresenta o ministério do padre como status e privilégio. Temos que combater aquele tipo de propaganda vocacional que se baseia na apresentação de vantagens. Aquela que apresenta o campo de futebol, a churrasqueira, a piscina, o grande seminário, o quarto bem mobiliado, o microônibus para conduzir o pessoal, a promessa de estudar em Roma, de ser ordenado pelo papa... Este tipo de marketing vocacional só atrai pessoas acomodadas e não gente disposta a ser enviada em missão. 
Se este material vocacional continuar sendo elaborado e divulgado, se essa mentalidade continuar prevalecendo, vamos ter, sim, um mundo “cheio de padres”, mas raramente vamos ver “um operário na messe de Deus”. Tudo como no tempo de São Gregório Magno. O povo vai continuar sem pastores! 
O folder vocacional – se é que ele tem que existir – deveria conter apenas uma coisa: a imagem das multidões abandonadas, pobres, sem ninguém para olhar por elas. Nele deveria aparecer somente a figura daquele que veio para servir e não para ser servido (cf. Mc 10,45). O lema deveria ser o seguinte: “Vamos para outros lugares, às aldeias da redondeza. Devo pregar também ali, pois foi para isso que eu vim” (Mc 1,38). Este tipo de propaganda vocacional afastaria de imediato os que querem se instalar e se acomodar. Não abriria espaço para os “consumidores” de privilégios e status sacerdotais e nem para os aproveitadores. Mas certamente atrairia gente mais corajosa e mais disposta a seguir Jesus, o “andante” (Mc 1,39) e peregrino do Pai, que caminhava sempre na direção dos excluídos e excluídas. 

Pe. José Lisboa Moreira de Oliveira, SDV

Nasceu em 1956, natural de Araci (BA). Consagrado presbítero da Sociedade Divinas Vocações (Vocacionistas), doutor em Teologia pela Universidade Gregoriana (Roma), autor de vários livros e dezenas de artigos sobre a temática vocacional, Diretor-Presidente do Instituto de Pastoral Vocacional (IPV), Coordenador de Redação da revista “Espírito”. 

Foi assessor do Setor Vocações e Ministérios da CNBB no período 1999-2003.

PRIORIDADES: CREDO MISSIONÁRIO

Cremos que Deus nos escolheu desde o seio materno, nos chamou por sua graça e resolveu revelar em nós, o seu Filho, para que O anunciássemos (Gl 1,15-16) até os confins da terra (At 1,8).
Cremos ser missionários e missionárias por vocação, servos e servas de Jesus Cristo, escolhidos e escolhidas para anunciar o Evangelho de Deus (Rm 1,1).
Cremos que a Missão não vem de nós, ela é a resposta ao Plano do Pai que, em seu imenso amor quer a salvação da humanidade e por isso lhe “deu seu Filho único, para que todo o que Nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3,16).
Cremos que Cristo Jesus nos considerou dignos de confiança tomando-nos para o seu serviço (1 Tm 1,12) missionário e profético em nossas comunidades que querem “ver e encontrar Jesus”, (Jo 12,21) “Caminho, Verdade e Vida” (Jo 14,6).
Cremos que como batizados e batizadas, devemos “comportar-nos de maneira digna da vocação a que fomos chamados” (Ef 4,1) levando aos irmãos e irmãs o anúncio do Ressuscitado: “Vimos o Senhor” (Jo 20,25).
Cremos que é tarefa da Igreja continuar a missão iniciada por Jesus. Foi Dele que no dia da Ascensão, recebeu o mandato: “Ide, pois e ensinai a todas as nações” (Mt 28,18-19).
Cremos que o Espírito Santo acompanha a Igreja em sua atividade missionária, pois o Cristo prometeu “estar conosco todos os dias, até o fim do mundo” (Mt 28,20).
Cremos na Igreja missionária, geradora de esperança, que caminha ao lado dos pobres e excluídos (Lc 4,18-20) e que anda nas estradas do mundo “sem ser do mundo” (Jo 17,15).
Cremos que Maria, Estrela da Evangelização faz caminho com todos os missionários e missionárias ensinando-lhe a aceitar com alegria o pedido feito nas bodas de Caná: “fazei tudo o que Ele vos disser” (Jo 2, 5). 
Amém

VATICANO: MENSAGEM DO PAPA NO ENCERRAMENTO DO 50º CONGRESSO EUCARISTÍCO

Mensagem do Papa para o encerramento em Dublin do 50º Congresso Eucarístico Internacional que decorreu ao longo da semana em Dublin, na Irlanda 
Amados Irmãos e Irmãs,

Com grande afeto no Senhor, saúdo a todos vós que estais reunidos no 50º Congresso Eucarístico Internacional em Dublin, nomeadamente o Cardeal Brady, o Arcebispo Martin, o clero, os religiosos e os fiéis leigos da Irlanda, e todos vós que viestes de longe para sustentar a Igreja da Irlanda com a vossa presença e as vossas orações.
O tema do Congresso – Comunhão com Cristo e entre nós – leva-nos a refletir sobre a Igreja como mistério de comunhão com o Senhor e com todos os membros do seu Corpo. Desde os primeiros tempos da Igreja, a noção de koinonia ou communio esteve no centro da compreensão que ela tem de si mesma, no centro da sua relação com Cristo, seu fundador, e dos sacramentos que celebra, sobretudo a Eucaristia. Através do Batismo, somos inseridos na morte de Cristo e renascemos na grande família dos irmãos e irmãs de Jesus Cristo; pela Confirmação, recebemos o sigilo do Espírito Santo; e, pela nossa participação na Eucaristia, entramos em comunhão com Cristo e entre nós, de maneira visível, aqui na terra e recebemos também a promessa da vida eterna que virá.
O Congresso realiza-se também num período em que a Igreja se prepara, em todo o mundo, para celebrar o Ano da Fé, que assinalará o cinquentenário da abertura do Concílio Vaticano II, um evento que lançou a mais extensa renovação que o Rito Romano já conheceu. Com base numa apreciação cada vez mais profunda das fontes da Liturgia, o Concílio promoveu a participação plena e ativa dos fiéis no Sacrifício Eucarístico. Hoje, olhando os desejos então expressos pelos Padres Conciliares sobre a renovação litúrgica à luz da experiência da Igreja universal no período transcorrido, é claro que uma grande parte foi alcançada; mas vê-se igualmente que houve muitos equívocos e irregularidades. A renovação das formas externas, desejada pelos Padres Conciliares, visava tornar mais fácil a penetração na profundidade íntima do mistério; o seu verdadeiro objectivo era levar as pessoas a um encontro pessoal com o Senhor presente na Eucaristia, e portanto com o Deus vivo, de modo que, através deste contacto com o amor de Cristo, o amor mútuo dos seus irmãos e irmãs também pudesse crescer. Todavia, não raro, a revisão das formas litúrgicas manteve-se a um nível exterior e a «participação ativa» foi confundida com o agitar-se externamente. Por isso, ainda há muito a fazer na senda duma real renovação litúrgica. Num mundo em mudança, obcecado cada vez mais com as coisas materiais, precisamos de aprender a reconhecer de novo a presença misteriosa do Senhor Ressuscitado, o único que pode dar respiração e profundidade à nossa vida.
A Eucaristia é o culto da Igreja inteira, mas requer também pleno empenho de cada cristão na missão da Igreja; encerra um apelo a sermos o povo santo de Deus, mas chama também cada um à santidade individual; deve ser celebrada com grande alegria e simplicidade, mas também de forma quanto possível digna e reverente; convida-nos a arrepender dos nossos pecados, mas também a perdoar aos nossos irmãos e irmãs; une-nos a todos no Espírito, mas também nos ordena, no mesmo Espírito, de levar a boa nova da salvação aos outros.
Além disso, a Eucaristia é o memorial do sacrifício de Cristo na Cruz, o seu Corpo e Sangue oferecidos na nova e eterna aliança pela remissão dos pecados e a transformação do mundo. A Irlanda foi plasmada, ao nível mais profundo, por séculos e séculos de celebração da Santa Missa; e, pelo seu poder e graça, gerações de monges, mártires e missionários viveram heroicamente a fé na pátria e espalharam a Boa Nova do amor e perdão de Deus muito para além das suas praias. Vós sois os herdeiros duma Igreja que foi uma poderosa força de bem no mundo, e que transmitiu a muitos e muitos outros um amor profundo e duradouro a Cristo e à sua Mãe Santíssima. Os vossos antepassados na Igreja da Irlanda souberam como lutar pela santidade e a coerência na vida pessoal, como proclamar a alegria que vem do Evangelho, como promover a importância de pertencer à Igreja universal em comunhão com a Sé de Pedro, e como transmitir às gerações seguintes o amor pela fé e as virtudes cristãs. A nossa fé católica, imbuída dum sentido profundo da presença de Deus, maravilhada pela beleza da criação que nos rodeia, e purificada pela penitência pessoal e a certeza do perdão de Deus, é uma herança que seguramente se aperfeiçoa e alimenta quando regularmente é colocada sobre o altar do Senhor no Sacrifício da Missa. A gratidão e a alegria por uma história tão grande de fé e amor foram recentemente abaladas de maneira horrível pela revelação de pecados cometidos por sacerdotes e consagrados contra pessoas confiadas aos seus cuidados. Em vez de lhes mostrar o caminho para Cristo, para Deus, em vez de dar testemunho da sua bondade, abusaram delas e minaram a credibilidade da mensagem da Igreja. Como se pode explicar o facto de pessoas, que regularmente receberam o Corpo do Senhor e confessaram os seus pecados no sacramento da Penitência, terem incorrido em tais transgressões? Continua um mistério. Evidentemente, porém, o seu cristianismo já não era alimentado pelo encontro jubiloso com Jesus Cristo: tornara-se meramente uma questão de hábito. A obra do Concílio tinha realmente a intenção de superar esta forma de cristianismo e redescobrir a fé como uma profunda relação pessoal com a bondade de Jesus Cristo. O Congresso Eucarístico tem um objectivo semelhante. Nele desejamos encontrar o Senhor ressuscitado. Peçamos-Lhe para nos tocar profundamente. Ele que, na tarde de Páscoa, soprou sobre os Apóstolos, comunicando-lhes o seu Espírito, possa de igual modo conceder-nos também nós o seu sopro, a força do Espírito Santo, ajudando-nos assim a tornar-nos verdadeiras testemunhas de seu amor, testemunhas da sua verdade. A sua verdade é amor. O amor de Cristo é verdade.
Amados irmãos e irmãs, rezo para que o Congresso possa ser para cada um de vós uma frutuosa experiência espiritual de comunhão com Cristo e com a sua Igreja. Ao mesmo tempo, desejo convidar-vos a implorar comigo a bênção de Deus para o próximo Congresso Eucarístico Internacional, que terá lugar em 2016 na cidade de Cebu! Ao povo das Filipinas, envio calorosas saudações e a certeza da minha proximidade na oração, durante o período de preparação para este grande encontro eclesial. Estou certo de que vai trazer duradoura renovação espiritual não apenas para eles, mas também para todos os participantes que lá acorrerem de todo o mundo. Entretanto, recomendo todos e cada um dos que tomam parte no atual Congresso à proteção amorosa de Maria, Mãe de Deus, e a São Patrício, o grande padroeiro da Irlanda; e, como penhor de alegria e paz no Senhor, de coração concedo a Bênção Apostólica.